Professora
Lucineide revelou que não vai apoiar aliança montada para eleger Helder
Barbalho.
Professora
Lucineide
Inconformada
com o fechamento das conversações entre os principais partidos de oposição ao
governador Simão Jatene (PSDB), a professora Lucineide Pinheiro, que concorreu
nas últimas eleições à Prefeitura de Santarém, declarou em carta aberta
endereçada à nossa redação, que a política não é como teatro. Lucineide mostrou
insatisfação com relação à aliança política montada pelo PMDB, o DEM e o PT.
Tradicionais
adversários políticos, o DEM e o PT travaram inúmeras ‘batalhas’ nos últimos
pleitos tanto a nível local, quanto regional e nacional. Após a confirmação da aliança
política, vários filiados do PT tradicional mostraram insatisfação com a
decisão da cúpula do partido, no Pará.
Em Santarém,
a professora Lucineide Pinheiro, entre outros membros do PT, revelou que não
vão apoiar a aliança montada para eleger Helder Barbalho (PMDB) e Joaquim de
Lira Maia (DEM), nas eleições do dia 05 de outubro deste ano, a Governador do
Pará. Veja a carta aberta da professora Lucineide Pinheiro na íntegra:
“A política
não é como o teatro. Nela, somos exatamente o que representamos. Somos frutos
de nossas ações, ou omissões, se considerarmos o que diz o velho Sartre: ‘não
optar já é uma opção’. É caminhando que se constrói caminhos, por isso os
passos dados devem ter coerência com o objetivo que queremos alcançar.
A resolução
do 4º congresso do PT traz uma clara orientação aos petistas: O que estará em
jogo são dois projetos distintos e opostos para o Brasil. De um lado, os
neoliberais representados pela aliança PSDB/DEM/PPS, derrotados em 2002 e em
2006 [e em 2010]. Eles representam a política que quebrou o Brasil três vezes,
que privatizou, desempregou e desencantou o povo brasileiro.
O DEM é um
partido de direita, portanto adversário histórico, não pelas pessoas que nele
militam, mas por uma questão ideológica de incompatibilidade de visão de mundo
e de sociedade.
O PT de
Santarém tem uma história de
resistência, nascida e fortalecida nos movimentos sociais, na luta dos
trabalhadores e trabalhadoras rurais que enfrentaram a repressão, o preconceito
e consolidaram uma história de enfrentamento ao projeto da direita que o DEM
tão bem representa.
Um povo que
construiu sua história na luta não pode perder sua capacidade de indignação. E
por isso considero justa e me solidarizo com a indignação dos petistas
históricos que, coerentes com a resolução do 4º Congresso do Partido dos
Trabalhadores, não aceitam aliar-se à direita por entender que isso em nada nos
acrescenta. ‘A luta pela construção de hegemonia política para sustentação de
nosso projeto é um dos desafios históricos do PT como um partido que tem como
horizonte o socialismo democrático’ (Resolução sobre Tática e Política de
Alianças aprovada no 4º Congresso do PT, item 1).
A Democracia
Socialista, tendência da qual faço parte no PT, defendeu candidatura própria no Pará por entender que
o PT tem condições técnica, ética e
política para o Governo do Estado e, com o apoio da Presidenta Dilma, pode
retomar o projeto democrático popular interrompido com a vitória dos tucanos em
2010. Fomos voto vencido e, em nome da democracia e do respeito às decisões das
instâncias partidárias, acatamos a posição das Tendências do PT que compõem o
campo majoritário AS, UL, CNP, que optaram pelo Apoio ao PMDB para governo do
Estado.
Diante
disso, o PMDB está livre para fazer aliança com quem quiser sem precisar da
permissão do PT que ao aceitar a coligação, em troca apenas do apoio ao Paulo
Rocha para o senado, passa ao PMDB um talonário de cheques assinados e em
branco. A junção com o DEM é apenas o primeiro dos cheques preenchidos.
Muitos
militantes históricos, que sempre estiveram na base de sustentação e de
fortalecimento das lutas petistas não concordam com a pragmática aliança e
devem ser respeitados em seu pensamento. A possibilidade de apoio ao DEM vem
causando constrangimento e desconforto, com raras exceções, aos petistas de
Santarém que se recusam a beber esta
taça de veneno.
O DEM é
inimigo histórico e não levantará uma palha para fortalecer o seu arqui-inimigo
vermelho. Aqueles que construíram com sangue e suor a história de resistência
do PT no Pará e, de modo especial em Santarém, continuam sem compreender o
idioma falado neste momento político, por algumas lideranças. E, sem horizonte,
ameaçam descansar suas armas no solo empoeirado do pragmatismo político. Creio
que é hora de fortalecermos nossa luta, não nos deixando abater pelo anúncio de
tempestade.
Este partido
é dos trabalhadores e trabalhadoras e defende um projeto democrático-popular,
não o projeto das oligarquias e ruralistas. Em respeito à minha história e a de
tantos companheiros que têm a minha admiração, vou continuar no PT fortalecendo
a luta daqueles que ousam sonhar com uma sociedade mais justa e equânime. Vamos
à luta! Já vencemos batalhas mais duras!’.
Fonte: RG
15/O Impacto
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