sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

PAPA EXIGE QUE BISPOS NUNCA ESCONDAM ESCÂNDALOS DE PEDOFILIA

'As famílias devem saber que a Igreja não se poupa a qualquer esforço para proteger as crianças', disse o Papa
As famílias devem saber que a Igreja não se poupa a qualquer esforço para proteger as crianças', disse o Papa.

O papa Francisco exigiu ontem (5) aos bispos que nunca escondam os escândalos de pedofilia na Igreja. "Não se pode dar prioridade a qualquer tipo de consideração, seja de que natureza for, como, por exemplo, a vontade de evitar o escândalo, porque não há qualquer lugar, no ministério da Igreja, para quem abusa de menores", disse o papa, numa carta publicada na véspera da primeira reunião, no Vaticano, da comissão de peritos para a proteção de menores.

O papa acrescentou que "as famílias devem saber que a Igreja não se poupa a qualquer esforço para proteger as crianças e que elas têm o direito de estar na Igreja com total confiança, porque é uma casa segura".

Francisco pediu às instâncias locais para "reverem regularmente" os procedimentos para esses casos. Os procedimentos foram instaurados em 2011, depois de uma circular enviada durante o pontificado de Bento XVI.

A Comissão Pontifícia de proteção de menores foi criada pelo papa em 2013. "A Comissão vai ser um novo, válido e eficaz instrumento para ajudar a promover e pôr em prática as medidas necessárias para garantir a proteção de menores e adultos vulneráveis, e dar respostas de justiça e misericórdia", escreveu o papa.

Finalizada em dezembro, com oito novos membros oriundos da África, da América Latina e da Ásia, a comissão é presidida pelo cardeal norte-americano Sean O'Malley e conta com 17 membros, incluindo duas vítimas, o britânico Peter Saunders e a irlandesa Marie Collins.

A comissão, cuja reunião começa na sexta-feira (6) e segue até domingo (8), vai começar por redigir os seus estatutos. A prevenção, a educação e a aplicação de boas práticas em toda a Igreja serão as áreas de atuação.

A imagem da Igreja Católica sofreu duramente, nos últimos 20 anos, com a revelação de que milhares de crianças e adolescentes foram vítimas de abusos sexuais cometidos por padres, sobretudo na Irlanda e nos Estados Unidos, entre os anos 1960 e 1990.

Apesar das recentes medidas do Vaticano, as associações de vítimas continuam criticando o papa e a Santa Sé, especialmente pela manutenção da confidencialidade dos inquéritos internos.

Papa afirma não ver problemas em bater nos filhos desde que mantenha a 'dignidade'
O Papa Francisco apoiou castigos físicos nos filhos, desde que “a dignidade deles” seja mantida. Ele fez a observação durante sua audiência semanal, dedicada ao papel dos pais na família.

O líder católico ressaltou as características de um “bom pai”: aquele que perdoa mas é capaz de “corrigir com firmeza”. E lembrou uma história.

— Uma vez, ouvi um pai num encontro com casais que disse: “às vezes tenho que bater nos meus filhos, mas nunca no rosto para não humilhá-los”. Que lindo! Ele conhece o senso de dignidade. Tem que puni-los, mas o faz de modo justo e dá o assunto por encerrado — afirmou Francisco segundo a agência Associated Press.


Postado por ercio às 06:59  

Marcadores: Religião

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