Pesquisa da
UFPA mostrou que prática também acarreta na exploração de crianças e
adolescentes.
Embora a
prostituição ocorra abertamente nas boates de Altamira, a exploração de menores
de idade costuma ser camuflada
Estudo da
Universidade Federal do Pará, financiado pela Secretaria de Direitos Humanos da
Presidência, mostra que operários da obra da hidrelétrica de Belo Monte, em
Altamira, no Pará, pagam prostitutas com vale-alimentação. A prática, de acordo
com a pesquisa, também acarreta a exploração de crianças e de adolescentes.
No domingo
passado, o jornal Folha de S. Paulo publicou que, de acordo com o estudo, Belo
Monte atrai índios da região para o circuito de exploração sexual em Altamira,
a 900 km de Belém, a mais impactada pela construção da usina. Depoimentos
obtidos pelos pesquisadores da UFPA apontam que os operários da obra usam até
vale-alimentação para pagar por sexo.
Embora a
prostituição ocorra abertamente nas boates de Altamira, a exploração de menores
de idade costuma ser camuflada, pois elas geralmente não têm permissão para
trabalhar nesses locais.
De acordo
com a pesquisa, donos de casas noturnas também fornecem telefones de
adolescentes. Várias delas fazem ainda ponto em outros locais. Nas rondas
feitas pela equipe do projeto, foram encontradas adolescentes em duas casas,
“porém, sem a possibilidade de saber se elas estavam trabalhando nas boates ou
‘fazendo ponto’ em frente delas”, diz o relatório.
Ainda
segundo o estudo, tanto operários da obra como funcionários de alto escalão
estão envolvidos na exploração sexual. Uma das conselheiras tutelares de
Altamira encontrou em uma residência grande, com piscina e churrasqueira, três
adolescentes e duas mulheres, todas em trajes de banho, com quatro homens.
Segundo ela, tratavam-se de altos funcionários de Belo Monte.
A obra da
usina tem em torno de 25 mil operários, que incharam o município de 99 mil
habitantes. Funcionários dizem que buscam os serviços por ficar muito tempo
longe de suas famílias e por causa da intensa rotina de trabalho.
A pesquisa
analisou casos registrados nas instituições públicas e ouviu moradores de
Altamira, em especial, taxistas. Em abril, os pesquisadores firmaram um pacto
com Belo Monte para o enfrentamento da violência sexual.
Norte
Energia orienta operários
De acordo
com a empresa responsável por Belo Monte, Norte Energia, houve redução de 33%
na violência contra crianças e adolescentes em Altamira, segundo dados do
Conselho Tutelar. A empresa afirma, ainda, que tem ajudado a enfrentar o
problema por meio de ações educativas, como palestras, e doações de
equipamentos a órgãos de segurança pública e assistência social.
Já o
Consórcio Construtor de Belo Monte, contratado pela Norte Energia para a obra,
assegura que reduziu o intervalo das visitas dos trabalhadores às famílias e
que faz campanhas contra exploração sexual de menores de idade, inclusive com
seus operários.
Fonte: O
LIberal
Nenhum comentário:
Postar um comentário