O vereador Peninha usou a tribuna da Câmara,
na última quarta-feira (29) para criticar a construção da ferrovia Sinop ao
Porto de Miritituba. O edil disse que a proposta de construção da Ferrovia ou
Ferrogrão, já está causando os primeiros estragos na região e citou que foi
desafetada uma área de 800 hectares e ampliados os parques do Jamanxim e Rio
Novo em mais de 51 mil hectares, afetando diretamente centenas de áreas produtivas
agropecuárias e minerais.
O Vereador se manifestou em público ser
CONTRA A FERROVIA e disse porque. “Pra que e pra quem é a FERROVIA, conhecida
como FERROGRÃO?”, indagou o parlamentar.
“Pra que a Ferrovia? Para escoar os grãos do
Centro Oeste pelos portos de Miritituba. Pra quem a FERROVIA? Para as empresas
que exportam os grãos para os Países Europeus.” Continuando, Peninha fez uma
terceira pergunta: “E nós, da região, ganhamos o que com isto? Nós vamos usar
esta Ferrovia? Claro que não!”, afirmou.
“Sou contra a Ferrovia, porque não vai nos
beneficiar em nada. Pelo contrário, nossa Rodovia BR 163, pela qual trafegam
milhares de caminhões, vai ficar esquecida e abandonada. Afinal, se hoje tendo
o grande movimento por ser uma via de escoamento, já está na situação que todos
nós conhecemos, imaginem se ela não tiver utilidade para o escoamento desta
produção de grãos? Pois bem, se um dia vier a ser construída a Ferrovia ou
Ferrogrão, já imaginaram o caos que vamos viver? Desemprego, fechamento de postos
de combustíveis, restaurantes, borracharias, oficinas mecânicas, além dos
impostos que hoje são gerados pelos empreendimentos que estão sendo implantados
ao longo da Rodovia Cuiabá-Santarém. Os municípios localizados nas margens
desta BR vão deixar de recolher impostos e taxas, como Alvará de Funcionamento,
ISS, ICMS, além do dinheiro que gera com despesas de alimentação, oficina,
borracharia e o comércio em geral”, lembrou o parlamentar itaitubense.
“Colegas vereadores, fiz uma análise com
cálculos estimados do que vamos perder caso um dia seja construída esta
Ferrovia. Vejamos: hoje ao longo desta Rodovia, do centro produtor de grãos até
os portos em Miritituba, temos aproximadamente 10 postos de combustível, alguns
com pátios de estacionamentos. Cada posto deste gera em torno de 100 empregos.
Os 10 postos juntos geram cerca de 1.000 empregos diretos. Serão mais de 1.000
famílias desempregadas. Pergunto: A Ferrovia vai gerar 1.000 empregos? Se
gerar, isso vai suprir apenas o desfalque de empregos gerados pelos postos de
combustível de médio e grande porte. Não estamos calculando os funcionários que
trabalham em postos de pequeno porte”, prosseguiu o edil.
Continuando, Peninha disse que outro número
de emprego que está sendo gerado hoje através desta rodovia, “que não estamos
calculando, são dos restaurantes, hotéis, farmácias, borracharias, lanchonetes
e o comércio em geral. Mas, chamo atenção para a questão dos impostos, que são
gerados pelo combustível consumido diariamente pelas milhares de carretas que
trafegam nesta rodovia. Fiz outra estimativa, calculei que em torno de 2.000
carretas vem do centro produtor até os portos em Miritituba, cada uma carreta
gastando 500 litros de óleo diesel por viagem, por dia, seriam consumidos
1.000.000 de litros de combustível. Isto, ao preço do litro do diesel hoje R$
3,15, representaria uma movimentação de R$ 3.150.000,00 em dinheiro/dia. Só de
ICMS por dia o Estado recolherá R$ 535.500,00. Com o tráfego de 2.000 carretas,
em 30 dias o Estado iria recolher de ICMS somente sobre o diesel R$ 16.
065.000,00”, afirmou o edil.
“Agora, se por dia, estas carretas irão
consumir 1.000.000 de litros de diesel, em 30 dias irão consumir 30.000.000 de
litros, que representa o litro vendido no preço de hoje R$ 3,15, um montante de
R$ 94.500.000,00. Olhem o valor que é gerado nesta rodovia somente de
combustível para apenas 2.000 carretas chegando ao porto de Miritituba por dia.
Imaginem quando esta rodovia estiver em boas condições, a quantidade de
carretas e o consumo de combustível vão aumentar, e com isso, a arrecadação
também. Segundo os empresários, a previsão é que cheguem 5.000 carretas
diariamente nos portos em Miritituba. Deste montante de dinheiro que o Estado
recolhe de ICMS, os municípios ganham uma fatia. Por estes e outros motivos,
sou contra a FERROVIA ou FERROGRÃO. A ferrovia vai causar um grande prejuízo em
toda a nossa região”, concluiu o parlamentar.
Fonte: RG 15/O Impacto