Comunitários temem contaminação do lago do
Maicá com a construção de portos.
A expectativa da construção de pelo menos
quatro portos graneleiros na grande área do Maicá, no município de Santarém,
Oeste do Pará, motivou lideranças comunitárias de vários bairros que integram a
zona leste de Santarém a pedir explicações do poder público municipal. Para os
comunitários, a construção dos portos vai trazer inúmeros prejuízos à
biodiversidade do local, onde o Lago do Maicá corre grande risco de sofrer
contaminação.
Já os empresários afirmam que os
empreendimentos vão trazer grande desenvolvimento para Santarém, com a geração
de empregos e a contribuição ao Município, através de impostos. Outro
questionamento está sendo feito por pescadores profissionais em relação ás
obras, é que a pesca poderá ficar totalmente comprometida com o início dos
serviços dos portos.
Para tentar encontrar uma solução para o
impasse, na manhã de domingo, 06, foi discutida em Assembléia Geral, na
Associação dos Moradores do Bairro Pérola do Maicá, a possível implantação das
3 grandes empresas que pretendem construir 04 portos na Grande Área do Maicá.
Durante a Assembléia, os comunitários
deixaram claro ao Governo e às empresas que as famílias da grande área não vão
aceitar caladas tudo que for definido dentro dos gabinetes.
A presença marcante dos principais líderes
dos bairros da Grande Área foi determinante para mostrar a força da população.
Entre os representantes dos bairros
participaram da Assembléiar: Abelardo, do Maicá; Ronaldo Costa, do Pérola do
Maicá; Adilson Matos, do Jaderlândia; Evandro Cunha, do Mararu e Neida, do
Jutai.
A Câmara de Vereadores de Santarém esteve
representada pelo presidente Henderson Pinto (DEM). Em pronunciamento, o
vereador Henderson Pinto se colocou à disposição para levar o debate ao
plenário da Câmara com a realização de uma Audiência Pública para tratar o
tema.
O ex-presidente do Consórcio Belo Monte e
ex-Diretor Executivo do Consórcio Tapajós, Eraldo Pimenta, destacou a
importância do engajamento da população na causa para que os moradores não
sejam tratados apenas como meros expectadores do desenvolvimento com a
implementação das empresas portuárias.
O advogado do Conselho de Segurança da Grande
Área do Maicá (Conseg), Hiroito Tabajara, destacou que os bairros querem
participar ativamente na distribuição dos empregos e renda gerada pelas
empresas. Ele requereu que já se inicie a capacitação dos moradores da área
para ocuparem os empregos a serem gerados, para que no futuro as empresas não
tenham como alegar que estão trazendo gente de fora por falta de mão de obra
qualificada.
O presidente do CONSEG, Adilson Matos, fez um
duro discurso em relação à forma como o governo municipal vem tratando as
lideranças comunitárias e demonstrou preocupação em relação ao empreendimento e
a forma como tudo vem sendo feito.
Fonte: RG 15/O Impacto
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