Os irmãos Marcos Maciel Souza Dias, 6 anos, e Pedro de Souza Dias Júnior, 7, foram assassinados a facadas na tarde de sábado (26), por Sandro Alves da Silva, 24, na Vila Cupu, zona rural de Marabá, a aproximadamente 250 km da sede municipal. A família do acusado apresentou à Polícia Civil laudo médico comprovando que Sandro tem distúrbios mentais.Parentes das crianças perceberam o desaparecimento deles após o almoço de sábado (26), no dia seguinte às 10 horas os corpos foram encontrados por populares no mesmo matagal em que eles estavam procurando passarinhos. Ao lado dos cadáveres de Pedro e Marcos foram encontradas baladeiras.
“Sandro se embrenhou com eles afirmando que iria levá-los em um local onde havia mais passarinhos. Lá as crianças teriam começado a xingá-lo e à mãe dele também. Foi quando ele teve um ataque de fúria e desferiu vários golpes de faca nas crianças”, contou o delegado de Polícia Civil Rayrton Carneiro.
Assim que os meninos foram encontrados, a Polícia Civil foi chamada por populares e se dirigiu ao local. “Chegando lá confirmamos a informação, verificamos os corpos das crianças e demos início ao trabalho de investigação naquela localidade até a madrugada para chegar ao autor do crime”, explicou o delegado, se referindo a Sandro Alves da Silva.
O trabalho de investigação foi feito com o apoio de policiais militares do Destacamento da Vila Cruzeiro do Sul, antiga Quatro Bocas.
“Sandro Alves confessou a prática do crime. Ele esfaqueou as crianças. Agora ele será apresentado e autuado em flagrante. Sandro sofre de algumas perturbações mentais, a família apresentou o laudo médico, e ainda admitiram que ele estava entre 15 e 20 dias sem tomar os remédios controlados”, detalhou a autoridade policial, que afirma que isso pode ter influenciado na atitude de Sandro, que teve um ataque de fúria na ocasião do homicídio contra as crianças inofensivas.
O delegado salientou que a Polícia Civil fez um trabalho bastante sigiloso de investigação na localidade. “Tivemos de retirar o Sandro do lugarejo sem que a população soubesse que ele era o autor do crime, pois já estava pronta para linchá-lo”, revelou ele, acrescentando que o caso chocou a polícia e a comunidade.
Sandro Alves foi autuado pela Polícia Civil em flagrante delito. O laudo médico será anexado ao processo do acusado. Até a decisão judicial, o doente mental permanece na Seccional de Polícia Civil.
À Reportagem o doente mental nada quis falar. Ele tapava o rosto constantemente com as mãos e com a camiseta, e estava todo o tempo trêmulo e cabisbaixo.
Pai do acusado diz que ele é uma pessoa calma
Na Delegacia de Polícia Civil da Cidade Nova, o pai de Sandro Alves da Silva, o agricultor Cícero da Costa Silva, 49 anos, afirmou que o filho dele tem apenas a metade do cérebro conforme consta em laudo médico. Cícero garantiu que é primeira vez que o filho comete tal atrocidade. “Ele nunca havia nem batido em ninguém. A família não está bem depois disso”, sintetizou o agricultor.
Para o pai de Sandro o crime foi uma grande surpresa para a família. Segundo Cícero, o doente mental perante as investigações da Polícia Civil, deu várias versões sobre o caso, as quais “não batem uma com a outra”.
Admitindo que pelo fato do remédio só ter em Marabá, Sandro estava a cerca de 20 dias sem o medicamento, e por isso apresentou o descontrole. “Mesmo com a falta de remédio ele é tranquilo com a família. Quando ele estava em crise não agitávamos ele, já sabíamos e deixávamos ele quietinho para não ter problema”, contou o pai.
Foto: DivulgaçãoFonte: Emilly CoelhoPostador: Edson Gilmar
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