ELA DEU
ENTRADA PELA 1ª VEZ NA UNIDADE COM BRONQUIOLITE, FOI MEDICADA E LIBERADA, MAS A
DOENÇA PROGREDIU
Uma criança de 11 meses de vida faleceu na
noite de ontem com uma parada cardiorrespiratória no Hospital Infantil Santa
Terezinha, após seis dias esperando um leito em uma UTI Infantil, que só tem na
Maternidade Santa Cas
a e no Hospital Universitário João de Barros
Barreto. A cada dia, a urgência para a necessidade do atendimento era maior.
Ela deu entrada pela primeira vez na unidade com bronquiolite – uma afecção
respiratória, foi medicada e liberada, mas a doença progrediu.
A bebê foi levada pela mãe, Ana Maria
Freitas, 17 anos, novamente no último dia 02 de julho, para o Hospital, onde
permaneceu até ontem. De acordo com a Pediatra Elizabeth Pantoja, do Hospital
Santa Terezinha, mais exames foram feitos. “Ela esteve no hospital mês passado,
mas foi liberada e quando voltou já sem conseguir respirar bem, realizou uma
bateria de exames que diagnosticaram uma broncopneumonia. Nesse momento pedimos
o leito para uma UTI Infantil, que ela necessitava”, relata.
Passados seis dias, nada de leitos. “Eu dei
leite para ela de tarde, aí ela começou a ficar roxa e os médicos disseram que
ela precisava com urgência ir para uma UTI. Mas não tinha, ligaram uma vez e
não insistiram, não teve leito”, comenta a mãe da criança. A criança faleceu
por volta das 20h30 de ontem. O DIÁRIO tentou contato na noite de ontem com as
assessorias da Santa Casa e do Barros Barreto, mas não conseguiu.
Insatisfação deu o tom nos dois PSMs
E o primeiro final de semana de julho nos
prontos socorros de Belém não foi tão tranquilo. Bastava alguns minutos em
frente dos hospitais para ouvir as insatisfações de quem buscava atendimento,
mas precisou esperar.
No Pronto Socorro Municipal Humberto Maradei
Pereira, no bairro do Guamá, pelo menos três pacientes estavam acomodados na
recepção por onde entram os acompanhantes dos internados. A filha da autônoma
Selma Favacho está com pneumonia e há quatro dias está em um leito na entrada
da unidade, sendo atendida. “Estão vindo atender, mas hoje [sábado] só veio enfermeiro
e está tudo cheio aí dentro por isso estamos aqui na frente”, comenta.
Já no Hospital Mario Pinotti (PSM da 14 de
Março), não foi somente a falta de espaço que preocupou quem precisava usar os
serviços. Karen Cibele, neta do seu Manoel Gonçalves ficou do lado de fora
vendo o desleixo com o avô de longe, pela janela. “Meu avô está ali, no
corredor, ninguém atende ele e já disseram que não tem como bater uma chapa.
Ele teve um AVC, está paralisado do lado esquerdo”, relata. Com o mesmo quadro
patológico, a mãe da doméstica Mara da Silva sofreu um AVC e está internada
desde a última quinta-feira. “O atendimento é péssimo, não tem médico, ela
ainda está esperando um leito. E para completar vai ter que ficar sozinha por
umas horas porque minha irmã que está com ela terá que ir trabalhar e não me
deixam entrar agora, só às 20h, um absurdo”, afirma.
SESMA
A Secretaria Municipal de Saúde (Sesma)
informou em nota, que, ao contrário do que relatado por alguns pacientes, todos
os médicos da escala do plantão deste sábado, 06, no HPSM Mario Pinotti
estiveram no horário estabelecido trabalhando. A Sesma garantiu também que não
houve registro de impossibilidade de uso do aparelho de raio-x e que todos os
pacientes que precisaram fazer este exame foram atendidos na própria unidade.
Já em relação ao senhor Manoel Gonçalves, a
Secretaria afirma que ele foi imediatamente avaliado e medicado quando chegou
ao hospital. Ele permanece internado e já foi cadastrado na central de leitos.
Sobre os horários de troca de acompanhantes, a Sesma ressalta que só podem ser
feitos em três momentos, às 7h, 13h e 19h.
Fonte: Diário do Pará
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