Simão Jatene cogita até em renunciar ao
mandato, juntamente com o vice
Governador Simão Jatene
Os arraiais políticos parauaras estão em
brasa. Nem mesmo a proximidade do Círio
de Nazaré tem arrefecido o ímpeto de uns e outros. Na base aliada ao governo, o
desenho definido após o prazo final para mudanças de partido confirmou
suspeitas e aprofundou fraturas. Há conversas febris nos bastidores, grupos
tratando de se fortalecer para o embate – interno – em 2014.
No ninho tucano, o governador Simão Jatene,
mais do que nunca, é candidato. Houve um tempo em que cogitou não ser. Afinal,
quem o conhece sabe que ele jamais defendeu a reeleição. Ademais, considerando
que, aos 64 anos, com quatro stents no coração, um casamento feliz e a família
querendo a sua saúde ao invés da aporrinhação das disputas políticas, era melhor ir aproveitar a vida. Mas Jatene também
é movido a desafios – e o repto lançado pelo PMDB, até mais do que o PT, tem
sido o seu combustível -, além do que se ele não for candidato o PSDB do Pará
vai se esfacelar em meio a uma briga intestina pelo poder da qual todos sairão
órfãos, a exemplo da protagonizada por Alkmin, Serra e Aécio, em nível
nacional, que ficam se bicando e por isso perdem para o adversário em comum.
A consolidação da força política do chamado
grupo de Paragominas, principalmente depois da filiação ao PSB – com entendimento
direto entre Jatene e o governador Eduardo Campos – do secretário especial de
Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Produção Sidney Rosa, e da nomeação do
ex-prefeito Adnan Demachki para secretário especial de Proteção Social, está
tirando o sono de tucanos e do resto da base governista. Ninguém ignora que
Sidney Rosa tem mapeado o Pará inteiro, em missões representando o governador.
E que sua candidatura ao Senado está posta, em detrimento à reeleição do
senador Mário Couto. Que, por sinal, já acusou o golpe. E, claro, não reagiu
bem a ele e acionou a executiva nacional do PSDB para fazer valer os seus
direitos.
Por outro lado, o fortalecimento do grupo de
Paragominas fortalece o prefeito Zenaldo Coutinho, joga para escanteio as
pretensões, digamos, palacianas, para 2018 do senador Flexa Ribeiro e do
prefeito de Ananindeua, Manoel Pioneiro, e sepulta o já isolado nas hostes
tucanas deputado federal Nilson Pinto. O ranger de dentes é alto e esta semana
aconteceram diálogos ásperos.
Para piorar a situação, é tido e havido que é
preciso contemplar o oeste do Pará na futura chapa que concorrerá ao governo. O
vice Helenilson Pontes luta para se manter no posto, mas políticos conterrâneos
se divertem em hostilizá-lo abertamente. O deputado federal Lira Maia(DEM) faz
pressão para ficar em seu lugar e nem se preocupa em dissimular.
Nesse cenário, o governador examina várias
possibilidades. E uma delas causou burburinho no seio da Faepa, a Federação da
Agricultura e da Pecuária do Pará, pelo ineditismo: em conversa reservada,
Jatene expôs ao deputado Márcio Miranda(DEM) que cogita renunciar ao mandato,
juntamente com o vice, Helenilson Pontes, com o que o presidente da Alepa,
segundo na linha sucessória, assumiria o governo do Estado, nos últimos seis
meses do mandato. Jatene daria, com isso, exemplo nacional de ética,
concorrendo em igualdade de condições com os seus adversários na campanha
eleitoral, além do que ficaria livre de qualquer acusação de uso indevido da
máquina pública. A ideia faz sentido e de fato seria um choque estratégico,
alcançando grande repercussão e desdobramento tanto no âmbito da coligação
política quanto do marketing. A conferir.
Fonte:
Franssinete Florenzano
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