sexta-feira, 6 de novembro de 2009
2010: PT apresenta Dilma à sua ‘máquina municipal’
Antônio Cruz/ABr
Num instante em que a oposição exercita suas hesitações, o PT prepara sua superestrutura municipal para o embate de 2010.
O partido de Lula realiza na cidade de Guarulhos (SP) um mega-encontro de seus gestores municipais. Coisa de dois dias.
Começa nesta sexta (6) e se estende pelo sábado (7). Foram convidados os 560 prefeitos e os 423 vice-prefeitos do PT. Gente de todo país.
A estrela do encontro é Dilma Rousseff. A ministra-candidata, que chega nesta sexta de Londres, reservou o sábado para o encontro de Guarulhos.
Além da candidata e dos gestores municipais, vão ao encontro ministros e congressistas do PT. Debaterão três temas:
1. A conjuntura política
2. Os “avanços” do governo Lula
3. A estratégia do PT para a sucessão de 2010
Organizador da pajelança, o secretário de Assuntos Institucionais do PT, Romênio Pereira, afirma:
“Este encontro será a grande atividade política do partido neste final de ano”.
A frase faz sentido. Novata em eleições, Dilma acomoda o seu futuro eleitoral sobre duas escoras: o prestígio de Lula e a máquina do PT.
Daí a preocupação em exibir a candidata à engrenagem municipal. Uma forma de aquecer, nos fundões do país, as fornalhas que vão mover as urnas.
Dilma aproveitará a presença em São Paulo para dar as caras no 12º Congresso do PCdoB, que foi aberto nesta quinta (5) e vai até o final de semana.
Velho parceiro de Lula, o PCdoB rebarba o assédio de Ciro Gomes (PSB) e integra-se, aos poucos, à caravana de Dilma.
Ao discursar na abertura do congresso, Renato Rabelo, presidente do PCdoB, ecoou Lula.
Disse que, para deter a volta da “direita” –leia-se PSDB—, a aliança PT-PMDB é uma “exigência política”.
Num prenúncio de que o PCdoB vai aderir à coligação, Rabelo arrematou:
“Quanto mais a eleição presidencial de 2010 se concentrar na forma de plebiscito, de polarização a favor ou contra o ideário e as realizações de Lula...”
“...Maiores são as chances de vitória da candidatura sustentada pelo presidente”.
Por ironia, a movimentação de Dilma ocorre no Estado governado pelo presidenciável tucano José Serra.
Um rival que, escondido atrás do favoritismo que lhe atribuem as pesquisas, esquiva-se de entrar no ringue. Serra diz que só vestirá as luvas em março.
Arrisca-se a encontrar sobre o tablado uma Dilma que, vitaminada pela superexposição, talvez já tenha o semblante do segundo turno.
Escrito por Josias de Souza
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