segunda-feira, 19 de julho de 2010

PT faz reunião para decidir se processa vice de Serra.

O presidente do PT, José Eduardo Dutra, e o secretário-geral da legenda, José Eduardo Cardozo se reúnem nesta segunda (19).

Integrantes do comando da campanha de Dilma Rousseff, os dois vão decidir se convém ou não ao partido abrir um processo judicial contra Índio da Costa.

Candidato a vice na chapa de José Serra, Índio vinculou o PT à guerrilha colombiana e ao tráfico de drogas.

“Todo mundo sabe que o PT é ligado às Farc, ligado ao narcotráfico, ligado ao que há de pior”, disse Índio. “Não tenho dúvida nenhuma disso”.

Perplexo, o petismo uniu-se num ponto e desuniu-se noutro. Está coeso na decisão de tratar Índio como um personagem “reles”, indigno de atenção.

O ponto que divide o partido é a conveniência de levar o vice que o DEM acomodou na chapa de Serra aos tribunais.

Líder de Lula na Câmara e integrante do comitê de Dilma, Cândido Vaccarezza defende a abertura do processo.

Ouça-se o que disse Vaccarezza ao blog: “Não creio que a gente deva valorizar um desqualificado. Não se deve dar cartaz a quem não merece cartaz...”

“...Mas defendo a abertura do processo para que as acusações levianas, fruto de molecagem, não passem em branco”.

Vaccarezza ironizou: “Não creio Serra esteja por trás do comportamento irresponsável de seu vice. O Índio deve ter tomado uma reprimenda, um puxão de orelhas”.

A despeito da ironia, segundo apurou o repórter, Serra e os operadores da campanha dele receberam com desconforto as declarações do vice Índio.

O candidato tucano e a cúpula do PSDB avaliaram que Índio exagerou na dose. E decidiram se dissociar das palavras do deputado ‘demo’, esquivando-se de endossá-las.

Na contramaré de Vaccarezza, José Eduardo Dutra deu a entender que a abertura de processo pode interessar mais a Índio do que ao PT.

“Esse Índio desqualificado quer ser processado. O problema é que ele não vale o custo do papel necessário para a petição”, disse Dutra.

No microblog, o presidente do PT antecipou a posição que deve levar à reunião desta segunda, com José Eduardo Cardozo.

Evocando um lendário aniquilador de índios, Dutra anotou: “[...] Adianto que não concordo em chamar o general Custer”.

Referia-se a George Armstrong Custer (1839-1876), que aparece na foto lá do alto. Oficial de cavalaria, tomou parte da Guerra da Secessão e das guerras contra os índios norte-americanos.

Depois de dizimar várias aldeias, Custer foi morto na célebre batalha de Little Bighorn, em Montana, no dia 25 de junho de 1876.

Prevaleceram sobre a 7ª Cavalaria de Custer os Cheyennes e os Sioux, sob a liderança dos caciques Touro Sentado e Cavalo Louco.

Assediado por internautas petistas que se incomodaram com o ataque do vice de Serra, Dutra evocou também uma data nacional brasileira, o Dia do Índio:

“Meus amigos, hoje é dia 18 de julho, não é dia 19 de abril. Vocês não acham que estão gastando muita vela com defunto ruim?”

Nesta terça (20), reúne-se o comando da campanha de Dilma. Se sobreviver até lá, a dúvida sobre a abertura do processo será submetida a esse colegiado maior.


Escrito por: Josias de Souza

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