"Reação. O prefeito João Ribeiro: administração alega que 'houve confusão' pois veículos são do mesmo modelo e cor"
Ex-funcionário da Velório e Funerária Pindamonhangaba, empresa de Lucas César Ribeiro, que administra o serviço na cidade, o agente funerário Vicente Ricardo de Jesus, de 52 anos, relatou ao Jornal da Tarde que, no período em que trabalhou no local, fazia transporte de merenda escolar para a Verdurama durante o dia com o mesmo veículo que transportava cadáveres à noite. A prefeitura classifica o fato de 'mentira'. Lucas é filho do lobista Paulo César Ribeiro, cunhado do governador Geraldo Alckmin.
A Verdurama é investigada pelo Ministério Público Estadual por suspeita de fraude em licitações e pagamento de propina a prefeitos paulistas e outros três Estados. Paulo César, conhecido como Paulão, é suspeito de comandar o esquema no Vale do Paraíba, onde fica Pindamonhangaba, cidade natal do tucano. Ambos negam as acusações.
Em depoimento à promotoria no fim de 2010, o ex-secretário de Finanças de Pindamonhangaba Silvio Serrano disse que a empresa do filho de Ribeiro 'fazia transporte de gêneros alimentícios para a Verdurama'.
Segundo o Ministério Público, Serrano foi indicado por Paulão ao prefeito João Ribeiro (PPS), apadrinhado de Alckmin que está no segundo mandato - a vice, Myriam Alckmin, é sobrinha do governador. Serrano foi demitido em outubro, após a denúncia vir à tona.
Além da funerária, Lucas também é dono de uma microempresa de transportes, a Lucas CR Transporte e Logística, segundo dados da Junta Comercial. O endereço informado é o mesmo onde outro filho de Paulão, Thiago, declara residência.
Segundo o agente funerário, o transporte da merenda era feito com os carros da funerária, uma caminhonete e uma van. 'Todo mundo sabia. A Secretaria de Saúde, e, claro, a prefeitura também sabia. É porque transporta aquelas panelas meio grandes, aí é fogo, né?', disse.
Ele deixou a empresa em 2008 e hoje trabalha em outra funerária na cidade. 'Isso é fácil de levantar. É só ligar na Verdurama e pedir as notas, porque a gente tirava as notas, a quilometragem, a escola, quantidade de merenda que entregava. Tudo por escrito.'
Verdurama. Por meio da assessoria de imprensa, a empresa alegou que 'desconhece' o fato, mas admitiu ter contratado a empresa CR Transportes para a merenda. Afirmou, ainda, que 'lamenta estar sendo usada como saco de pancada numa disputa política em Pindamonhangaba da qual não faz parte'.
A reportagem também tentou contato telefônico com Lucas na funerária e em sua residência, em Pindamonhangaba, mas não o localizou. Gilberto Menin, advogado de Paulão no caso, disse que só tem procuração para defender o pai de Lucas e não se manifestaria sobre o assunto porque o inquérito corre sob segredo de Justiça. 'O que posso dizer é que o Lucas não é alvo de nenhum inquérito e o inquérito do Paulo é sigiloso. Inclusive, o MP já noticiou que vai averiguar por que houve vazamento à imprensa.'
Pela assessoria de imprensa, a Prefeitura de Pindamonhangaba negou o relato do agente funerário. 'Isso é mentira. Nunca houve transporte de merenda escolar em carro funerário. Isso é boato que surgiu desde 2006. A gente foi atrás e já desmentiu. Houve confusão porque o carro que transporta a merenda é do mesmo modelo e da mesma cor do carro funerário', afirmou.
PARA ENTENDER
A funerária de Lucas Ribeiro - filho do lobista Paulo César Ribeiro, cunhado do governador Geraldo Alckmin - mantém, ao menos há cinco anos, contrato com a Prefeitura de Pindamonhangaba.
Criada em 2003, a Velório e Funerária Pindamonhangaba venceu a licitação para operar o serviço funerário em 2005, início da primeira gestão do prefeito João Ribeiro (PPS), aliado de Alckmin.
Segundo o Diário Oficial, três empresas participaram da disputa, mas só a de Lucas foi habilitada. Venceu com a oferta de R$ 160 por velório. Em 2006, a prefeitura elevou o valor unitário para R$ 235, para 'restabelecer equilíbrio econômico-financeiro'.
Por Fabio Leite,
Fonte: Estadao.com.br, Atualizado: 17/1/2011 0:24
Ex-funcionário da Velório e Funerária Pindamonhangaba, empresa de Lucas César Ribeiro, que administra o serviço na cidade, o agente funerário Vicente Ricardo de Jesus, de 52 anos, relatou ao Jornal da Tarde que, no período em que trabalhou no local, fazia transporte de merenda escolar para a Verdurama durante o dia com o mesmo veículo que transportava cadáveres à noite. A prefeitura classifica o fato de 'mentira'. Lucas é filho do lobista Paulo César Ribeiro, cunhado do governador Geraldo Alckmin.
A Verdurama é investigada pelo Ministério Público Estadual por suspeita de fraude em licitações e pagamento de propina a prefeitos paulistas e outros três Estados. Paulo César, conhecido como Paulão, é suspeito de comandar o esquema no Vale do Paraíba, onde fica Pindamonhangaba, cidade natal do tucano. Ambos negam as acusações.
Em depoimento à promotoria no fim de 2010, o ex-secretário de Finanças de Pindamonhangaba Silvio Serrano disse que a empresa do filho de Ribeiro 'fazia transporte de gêneros alimentícios para a Verdurama'.
Segundo o Ministério Público, Serrano foi indicado por Paulão ao prefeito João Ribeiro (PPS), apadrinhado de Alckmin que está no segundo mandato - a vice, Myriam Alckmin, é sobrinha do governador. Serrano foi demitido em outubro, após a denúncia vir à tona.
Além da funerária, Lucas também é dono de uma microempresa de transportes, a Lucas CR Transporte e Logística, segundo dados da Junta Comercial. O endereço informado é o mesmo onde outro filho de Paulão, Thiago, declara residência.
Segundo o agente funerário, o transporte da merenda era feito com os carros da funerária, uma caminhonete e uma van. 'Todo mundo sabia. A Secretaria de Saúde, e, claro, a prefeitura também sabia. É porque transporta aquelas panelas meio grandes, aí é fogo, né?', disse.
Ele deixou a empresa em 2008 e hoje trabalha em outra funerária na cidade. 'Isso é fácil de levantar. É só ligar na Verdurama e pedir as notas, porque a gente tirava as notas, a quilometragem, a escola, quantidade de merenda que entregava. Tudo por escrito.'
Verdurama. Por meio da assessoria de imprensa, a empresa alegou que 'desconhece' o fato, mas admitiu ter contratado a empresa CR Transportes para a merenda. Afirmou, ainda, que 'lamenta estar sendo usada como saco de pancada numa disputa política em Pindamonhangaba da qual não faz parte'.
A reportagem também tentou contato telefônico com Lucas na funerária e em sua residência, em Pindamonhangaba, mas não o localizou. Gilberto Menin, advogado de Paulão no caso, disse que só tem procuração para defender o pai de Lucas e não se manifestaria sobre o assunto porque o inquérito corre sob segredo de Justiça. 'O que posso dizer é que o Lucas não é alvo de nenhum inquérito e o inquérito do Paulo é sigiloso. Inclusive, o MP já noticiou que vai averiguar por que houve vazamento à imprensa.'
Pela assessoria de imprensa, a Prefeitura de Pindamonhangaba negou o relato do agente funerário. 'Isso é mentira. Nunca houve transporte de merenda escolar em carro funerário. Isso é boato que surgiu desde 2006. A gente foi atrás e já desmentiu. Houve confusão porque o carro que transporta a merenda é do mesmo modelo e da mesma cor do carro funerário', afirmou.
PARA ENTENDER
A funerária de Lucas Ribeiro - filho do lobista Paulo César Ribeiro, cunhado do governador Geraldo Alckmin - mantém, ao menos há cinco anos, contrato com a Prefeitura de Pindamonhangaba.
Criada em 2003, a Velório e Funerária Pindamonhangaba venceu a licitação para operar o serviço funerário em 2005, início da primeira gestão do prefeito João Ribeiro (PPS), aliado de Alckmin.
Segundo o Diário Oficial, três empresas participaram da disputa, mas só a de Lucas foi habilitada. Venceu com a oferta de R$ 160 por velório. Em 2006, a prefeitura elevou o valor unitário para R$ 235, para 'restabelecer equilíbrio econômico-financeiro'.
Por Fabio Leite,
Fonte: Estadao.com.br, Atualizado: 17/1/2011 0:24
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