quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Para Almir, o PSDB seguiu descaminhos políticos

Minutos depois de protocolar a carta de desfiliação no PSDB, Almir Gabriel recebeu a reportagem do DIÁRIO em seu apartamento em Belém para uma rápida entrevista em que falou sobre como se sente ao deixar o partido que ajudou a fundar, fez críticas ao PSDB e falou da relação com o PMDB.

P: Como o senhor está se sentindo ao deixar o partido após 22 anos?

R: Saio voluntariamente. Acho que do ponto de vista político o PSDB seguiu descaminhos, no que foi seguido pelo PSDB estadual. Um exemplo é a escolha do candidato à Presidência da República (o ex-governador de São Paulo

José Serra). Minha opinião é que o PSDB está se estadualizando. Está virando o partido de São Paulo. Há um ano que defendo a candidatura do (governador mineiro) Aécio Neves. Temos que tirar da USP (Universidade de São Paulo) a condição de indicar os presidentes do Brasil. E foi o Serra que escolheu o Jatene (Simão Jatene, candidato tucano ao governo), o que constitui para a história do PSDB do Pará uma intromissão indevida.

P: O senhor se sente alvo de ingratidão do PSDB?

R: Negativo. Isso é política. Política é poder. Como para mim não é só poder, mas também a capacidade de realizar as coisas que o povo aspira, então não vejo assim.

P: O senhor se sente descartado pelo partido?

R: Eu acho estranho é que o PSDB que eu conheci e que ajudei a fundar agora tem escolhas discriminatórias sobre idades, saúde. É uma coisa estranhíssima. Eu sou considerado como a Valéria (se refere à ex-vice governadora Valéria

Pires Franco, do DEM), mão de obra desprezível dentro do Estado do Pará.

P: As pessoas comentam muito o fato do senhor ter falado durante muito tempo mal do presidente do PMDB do Pará, Jader Barbalho, agora estarem no mesmo palanque. Como o senhor responde a isso?

R: É uma interpretação tola.

Nunca falei do Jader. Quero que me mostrem uma gravação em que falei dele. Nós fomos adversários políticos e nunca inimigos. Nós queremos cuidar do bem do Pará e esse cuidado passa pela eleição do Juvenil. Não vou votar? Não vou escolher? Por que não posso dizer para todo mundo em quem eu vou votar?

P: Se o deputado Juvenil não for para o segundo turno, quem o senhor vai apoiar?

R: Ele vai para o segundo turno e vai tirar sabe quem? O Jatene.

(Diário do Pará)

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