17/12/09 às 17h51min
Brasil - O padrasto do menino de 2 anos internado com 42 agulhas pelo corpo na Bahia contou à polícia que o ritual em que ele introduzia os objetos na criança tinha dois objetivos. Um deles era uni-lo definitivamente à amante, Angelina Capistana Ribeiro dos Santos, de 47 anos. O outro era vingar-se da mãe da criança, com quem ele disse que brigava muito. Roberto Carlos Magalhães, de 30 anos, Angelina e outra suspeita de participar do ritual, Maria dos Anjos do Nascimento, de 56 anos, tiveram a prisão decretada pela Justiça.
O pedreiro, que confessou o crime, explicou que as agulhas vinham sendo enfiadas no menino há cerca de um mês. Magalhães disse à polícia que comprava as agulhas e as levava para Angelina, que entregava para Maria dos Anjos Nascimento, benzer junto com água. As agulhas eram então levadas de volta para a casa de Angelina e ela combinava com Magalhães para levar a criança à residência. Segundo o relato dele, a ordem para agredir a criança partia de Angelina quando ela estava em transe. O padrasto contou à polícia que Angelina recebia as orientações para o ritual de Maria dos Anjos Nascimento, que seria mãe-de-santo e é conhecida como Bia.
Segundo a polícia, Angelina e Roberto Carlos espetavam de três a quatro agulhas por sessão no corpo do menino. Várias sessões foram feitas durante os últimos 30 dias e a criança chorava muito em cada uma delas, segundo apurou a polícia.
Há informações ainda de que Maria dos Anjos preparava uma espécie de "antídoto" para diminuir as dores que o menino sentia. À polícia, as mulheres negaram envolvimento no ritual. A mãe do menino disse que desconfiava que a criança era usada em rituais macabros. Foi a partir do depoimento dela, que a polícia começou a desconfiar de Magalhães. A mãe contou que o menino ficava nervoso e com medo sempre que o padrasto queria levá-lo para passear. Depois da revelação do caso, ele desapareceu por mais de 12 horas, sem dar notícias para companheira. Magalhães foi achado num hospital, porque teria passado mal.
Justiça decreta prisão temporária dos envolvidos
O juiz substituto da Vara Criminal de Ibotirama, na Bahia, Oclei Alves da Silva, decretou a prisão temporária por cinco dias dos três suspeitos . A prisão temporária foi pedida pelo delegado que investiga o caso, Hélder Fernandes Santana. Na sua decisão, o juiz Oclei Alves da Silva justificou que "o depoimento prestado por Roberto Carlos Magalhães Lopes perante a autoridade policial, em que assume a autoria do crime, apontando Angelina Capistana Ribeiro dos Santos e Maria dos Anjos Nascimento como partícipes justifica o pedido como medida para viabilizar o aprofundamento dos investigações".
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Os três acusados tiveram que ser transferidos às pressas de Ibotirama , depois que moradores tentaram invadir a delegacia para linchá-los.
Segundo a polícia, os manifestantes jogaram pedras na delegacia. Um vidro trincou e o carro do delegado, Hélder Fernandes Santana, foi danificado.
Padrasto morava há seis meses
Magalhães morava há seis meses com a mãe do menino, que tem outros seis filhos. Maria Souza Santos, a mãe das crianças, disse ao delegado que o companheiro sempre levava o menino para passear. A criança, segundo ela, ficava com comportamento estranho, nervosa, e aparentava ter medo.
- Quando a pessoa não deve, não sai assim, sem atender o celular, sem dizer para a família onde vai. Achei estranho - disse o delegado.
O relacionamento entre a mãe do menino e Magalhães, segundo a polícia, era tranquilo. Com o casal, moram a mãe de Maria, a aposentada Adeli Santos, o menino de 2 anos e mais cinco irmãos dele. A mais velha das crianças é uma menina de 13 anos. Todas as crianças são filhas de Maria com Gessivaldo Alves.
FONTE: O Globo
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