Brasil - A Aeronáutica confirmou neste domingo (27) que um avião com dois funcionários do Itamaraty decolou em direção ao Suriname às 7h. A aeronave saiu de Brasília e tem pouso previsto na capital do país para as 14h, horário do Brasil. Segundo a Força Aérea, não estão sendo levados alimentos para a população atacada no dia 24 de dezembro.
O avião enviado para o Suriname é um Brasília, com capacidade para até 30 passageiros. Segundo a Aeronáutica, não há previsão de ida de nenhuma outra aeronave para o país.
Uma missão de oito pessoas, entre representantes do governo brasileiro e surinamês e da polícia local, segue ainda neste domingo para Albina, nordeste do Suriname, para avaliar a extensão do conflito violento que ocorreu na véspera de Natal, dia 24. De acordo com o Itamaraty, os diplomatas que estão indo ao país também vão a Albina.
Segundo o embaixador brasileiro no país, José Luiz Machado e Costa, ainda não há informações oficiais de mortos brasileiros, embora o padre José Vergílio tenha relatado a morte de pelo menos sete pessoas.
"Iremos até lá avaliar a situação, ver se ainda há brasileiros na região e investigar mais dados, pois até agora temos apenas relatos, nenhuma informação oficial de mortos", disse José Luiz em entrevista ao G1, por telefone.
A informação oficial da embaixada é de um morto (surinamês) e 25 feridos, sete em estado grave. José Luiz disse que na tarde de sábado esteve no hospital para visitar os brasileiros e a maioria está fora de perigo.
O conflito
Tudo começou em uma festa na noite do dia 24. Um brasileiro teria discutido e esfaqueado um "marrom", como são conhecidos os surinameses quilombolas, descendentes de escravos. O brasileiro está foragido. Após a briga, um grupo de surinameses atacou o local em retaliação.
Brasileiros foram agredidos com paus e facões, segundo os relatos. Vinte mulheres brasileiras ainda teriam sido vítimas de violência sexual. Além de brasileiros, chineses, colombianos e peruanos que moram na vila que abrigava os estrangeiros também foram atacados.
De acordo com a embaixada, os brasileiros que vivem em Albina trabalham no garimpo de ouro, atividade proibida no Suriname, e vivem, em sua maioria, ilegalmente no país. Albina tem cerca de 10 mil habitantes e fica na fronteira do Suriname com a Guiana Francesa.
G1
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