Por: Carlos Cruz
A seca que atinge o norte da Amazônia já está causando prejuízos. Pescadores dos lagos da região de Alenquer, no Oeste do Pará, estão encontrando dificuldades para trabalhar. Milhares de peixes estão morrendo por causa da falta de chuvas e da temperatura elevada da água. O problema atinge grande parte dos rios ao Norte do Amazonas e Solimões.
Por vários trechos do que seriam cursos de rios caudalosos, a paisagem que se vê mais parece um deserto do que propriamente uma zona de rios.
O prefeito de Manaquiri (a 60 km de Manaus), Jair Souto, decretou situação de emergência no Município que sofre com a seca prolongada. Mais de 14 mil pessoas foram afetadas pela estiagem e milhares de peixes morreram nos lagos e rios da região que estão secando. Há seis dias não chove na área e a previsão é de que a estiagem permaneça até o final do mês.
A seca em Manaquiri, Município com pouco mais de 20 mil habitantes, ficou mais evidente no início desta semana. Quarenta e três comunidades foram atingidas. De acordo com o calendário amazônico, novembro é o mês em que a estação seca começar a cessar, entretanto, a região foi surpreendida com uma estiagem fora de época. “Aqui na região, a gente marcava o dia de finados (2 de novembro) como o dia em que as chuvas começavam. Neste ano, não choveu”, diz o prefeito Jair Souto.
Poços artesianos perfurados pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) na região da seca serão postos em funcionamento em caráter de urgência para atender as comunidades ribeirinhas mais distantes da sede do município.
A chefe do Instituto Nacional de Meteorologia no Amazonas (Inmet), Lúcia Goulart, disse que ainda é cedo para supor que a estiagem deste ano atinja os níveis registrados em 2005. Ela explicou que a ausência de chuvas na região se deve a um sistema meteorológico causado pelo fenômeno El Niño, que é o aquecimento das águas superficiais do oceano Pacífico equatorial. “Esse fenômeno foi o mesmo que causou a grande seca de 2005, mas ainda não temos como dizer que isso vai se repetir”, diz Goulart.
Goulart explica, entretanto, que, em outras regiões da Amazônia como a fronteira com a Colômbia, onde ficam cabeceiras de rios importantes como o Solimões e Negro, as chuvas estão ligeiramente acima do normal.
Em Santarém, como se não bastasse o período de Defeso, o homem da região sofre com a falta de chuvas. Esta semana, começaram a cair as primeiras chuvas da região. Esperança de que o cenário pode melhorar por estes dias.
Fonte: O Impacto
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