As eleições deste ano aproximaram o deputado federal Anthony
Garotinho (PR) de dois partidos que o combateram no passado, o DEM e o PSDB,
numa tentativa de fortalecer a oposição ao governador Sérgio Cabral (PMDB) no
Rio de Janeiro.
Enfraquecidos, os partidos que fazem oposição à presidente
Dilma Rousseff no plano nacional gravitam no Estado em torno de Garotinho. Ele
espera contar com a ajuda desses partidos para tentar voltar ao Palácio
Guanabara nas eleições de 2014.
Procuradoria denuncia casal Garotinho por improbidade
Decisão da Justiça mantém Rosinha na Prefeitura de Campos
Rosinha
resiste à cassação e diz que só deixa cargo presa
resiste à cassação e diz que só deixa cargo presa
Marcelo
Camargo -31.jan.2011/Folhapress
Ex-governador e deputado Anthony Garotinho
Ex-governador e deputado Anthony Garotinho
O trio tenta combater a aliança de 19 partidos que sustenta
Cabral. O PMDB tem 36 prefeituras, mas o governador tem o apoio de 91 dos 92
prefeitos do Estado. A única na oposição é a prefeita de Campos, Rosinha
Garotinho (PR), mulher do deputado.
Garotinho estima que seu partido conseguirá 30 prefeituras
nas eleições municipais deste ano, seja na cabeça de chapa, seja com aliados. O
PR será cabeça de chapa em mais de 60 das 92 cidades e ocupará a vice em 12
municípios.
"No Rio há a máquina do governo e o PR. Em torno do PR
construímos alianças com outros partidos, especialmente o DEM, e estamos
próximos do PSDB", disse Garotinho.
Na capital, o PR apoia a candidatura do deputado federal
Rodrigo Maia (DEM), filho do ex-prefeito César Maia. Sua vice deverá ser a
deputada estadual Clarissa Garotinho (PR), filha do deputado.
"A aliança com o PR é tática. Temos só três partidos de
oposição. É importante sair do isolamento", disse Maia.
O DEM terá cerca de 20 candidatos no Estado. O PSDB, cerca
de 35. "PR é nosso aliado preferencial. A oposição tem que evitar que o
PMDB tome conta dos 92 municípios do Rio", disse o deputado estadual Luiz
Paulo (PSDB).
Em 2010, Garotinho foi o deputado federal mais votado da
história do Rio. Ele pretendia disputar o governo, mas como a candidatura
poderia ser cassada pelo TSE, decidiu concorrer à Câmara.
Planejando a volta ao governo, Garotinho evita falar dos
planos para 2014. "Isso vamos discutir na frente, mas é natural. Era
candidato a governador na eleição passada [em 2010]. Fui vítima de uma grande
armação", declarou.
Embora bem votado na eleição de 2010, o PR foi prejudicado
pela criação do PSD. Dos nove prefeitos eleitos pelo sigla, quatro migraram
para a base de Cabral.
ITALO NOGUEIRA
DO RIO
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