A melhora do índice de desemprego nos Estados Unidos apresentado no mês de janeiro dá ao presidente Barack Obama a chance de reverter a narrativa econômica negativa de seu mandato, enquanto seus adversários republicanos revisam a retórica de suas campanhas para vencer as eleições gerais de novembro.
Dados divulgados na sexta-feira pelo Departamento de Trabalho dos EUA mostraram que a taxa de desemprego caiu para 8,3% em janeiro, o nível mais baixo desde fevereiro de 2009. Além disso, 243 mil novas vagas foram criadas no mercado de trabalho americano.Recuperar o mercado de trabalho americano e colocar a economia do país de volta aos trilhos do crescimento são dois grandes desafios que o atual presidente enfrenta desde o início de seu mandato em 2009. Com a aparente melhora, Obama se fortalece na disputa eleitoral por um segundo mandato na Casa Branca.
O aparente favorito para conquistar a nomeação do Partido Republicano para disputar a presidência com Obama, o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney e os membros de sua campanha enfrentam agora uma melhora econômica que ameaça a retórica usada em seus ataques aos democratas.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
DISCURSO DE ROMNEY
Favorecido pelas pesquisas, que lhe outorgam 45% do respaldo dos republicanos no Estado de Nevada, palco das próximas primárias pelo partido neste sábado, Romney se concentrou em tentar evitar os benefícios políticos que o desemprego possa ter para Obama.
"Infelizmente, estes números não podem ocultar o fato de que as políticas do presidente Obama impediram uma recuperação econômica verdadeira. Podemos fazer melhor", disse em comunicado o ex-governador de Massachusetts.
Os dados de desemprego eram esperados com especial interesse em Nevada, Estado com o índice mais alto de todo o país: 12,6%, segundo números de dezembro.
Michael Nelson - 3.fev.12/Efe | ||
Pré-candidato republicano, Mitt Romney, discursa em último dia antes da prévia de Nevada |
ECONOMIA DE OBAMA
A situação econômica ainda incerta nos EUA é um grande desafio que Obama e seus estrategistas precisarão enfrentar.
Analistas apontam que os EUA ainda precisam criar 6 milhões de empregos para voltar ao nível de desemprego que era registrado em 2008. A taxa de desempregados continua historicamente alta e seu desempenho é incerto, uma vez que o país ainda está vulnerável aos efeitos da crise na zona do euro.
Apesar disso, indicadores econômicos vêm sinalizando certa melhora. Na sexta-feira passada (27), por exemplo, o governo divulgou que o PIB (Produto Interno Bruto) americano havia crescido 2,8% no quarto trimestre, mostrando uma aceleração. Com isso, a economia americana avançou 1,7% em 2011, em comparação a 2010.
Pesquisas sugerem, porém, que a economia continuará sendo um desafio para Obama conquistar eleitores desconfiados, a menos que o desempenho do país mostre um forte avanço ao longo dos próximos nove meses.
Apesar de cinco meses seguidos de redução do desemprego, mais americanos veem de forma negativa a gestão econômica de Obama do que positiva, e apenas 9% da população afirmou em janeiro, em uma pesquisa realizada pelo Washington Post-ABC que estavam percebendo uma forte recuperação econômica.
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DE SÃO PAULO
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