sábado, 4 de fevereiro de 2012

Queda no desemprego modifica estratégia de campanhas nos EUA

A melhora do índice de desemprego nos Estados Unidos apresentado no mês de janeiro dá ao presidente Barack Obama a chance de reverter a narrativa econômica negativa de seu mandato, enquanto seus adversários republicanos revisam a retórica de suas campanhas para vencer as eleições gerais de novembro.

Dados divulgados na sexta-feira pelo Departamento de Trabalho dos EUA mostraram que a taxa de desemprego caiu para 8,3% em janeiro, o nível mais baixo desde fevereiro de 2009. Além disso, 243 mil novas vagas foram criadas no mercado de trabalho americano.
Recuperar o mercado de trabalho americano e colocar a economia do país de volta aos trilhos do crescimento são dois grandes desafios que o atual presidente enfrenta desde o início de seu mandato em 2009. Com a aparente melhora, Obama se fortalece na disputa eleitoral por um segundo mandato na Casa Branca.
O aparente favorito para conquistar a nomeação do Partido Republicano para disputar a presidência com Obama, o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney e os membros de sua campanha enfrentam agora uma melhora econômica que ameaça a retórica usada em seus ataques aos democratas.

Editoria de Arte/Folhapress

O republicano e seus assessores fizeram mudanças logo na sexta-feira para ajustar seu discurso sobre o desemprego, rejeitando a ideia de que uma boa notícia para o país significa uma má notícia para Romney, e insistindo que sua meta sempre foi maior do que apenas criar empregos.
DISCURSO DE ROMNEY
Favorecido pelas pesquisas, que lhe outorgam 45% do respaldo dos republicanos no Estado de Nevada, palco das próximas primárias pelo partido neste sábado, Romney se concentrou em tentar evitar os benefícios políticos que o desemprego possa ter para Obama.
"Infelizmente, estes números não podem ocultar o fato de que as políticas do presidente Obama impediram uma recuperação econômica verdadeira. Podemos fazer melhor", disse em comunicado o ex-governador de Massachusetts.
Os dados de desemprego eram esperados com especial interesse em Nevada, Estado com o índice mais alto de todo o país: 12,6%, segundo números de dezembro.

Michael Nelson - 3.fev.12/Efe

Pré-candidato republicano, Mitt Romney, discursa em último dia antes da prévia de Nevada
Assessores de Romney citados pelo jornal americano "Washington Post" afirmaram que sua campanha contra Obama se centraria no que chamam de sensação geral de "miséria prolongada" entre os eleitores preocupados com a crise.
ECONOMIA DE OBAMA
A situação econômica ainda incerta nos EUA é um grande desafio que Obama e seus estrategistas precisarão enfrentar.
Analistas apontam que os EUA ainda precisam criar 6 milhões de empregos para voltar ao nível de desemprego que era registrado em 2008. A taxa de desempregados continua historicamente alta e seu desempenho é incerto, uma vez que o país ainda está vulnerável aos efeitos da crise na zona do euro.
Apesar disso, indicadores econômicos vêm sinalizando certa melhora. Na sexta-feira passada (27), por exemplo, o governo divulgou que o PIB (Produto Interno Bruto) americano havia crescido 2,8% no quarto trimestre, mostrando uma aceleração. Com isso, a economia americana avançou 1,7% em 2011, em comparação a 2010.
Pesquisas sugerem, porém, que a economia continuará sendo um desafio para Obama conquistar eleitores desconfiados, a menos que o desempenho do país mostre um forte avanço ao longo dos próximos nove meses.
Apesar de cinco meses seguidos de redução do desemprego, mais americanos veem de forma negativa a gestão econômica de Obama do que positiva, e apenas 9% da população afirmou em janeiro, em uma pesquisa realizada pelo Washington Post-ABC que estavam percebendo uma forte recuperação econômica.

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DE SÃO PAULO

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