Padre mete a porrada em prefeito

Marcílio Moutinho o surrou com uma correia emborrachada que retirou de um barco no local da discussão. O prefeito tinha insinuado sua preferência sexual
Em uma discussão, motivada pela demora no atendimento prestado pelo barco de Pronto Atendimento Itinerante (PAI) no município de Boa Vista do Ramos (270 quilômetro de Manaus), o vigário Marcílio Moutinho bateu o prefeito da cidade, Elmir Lima Mota, na manhã desta sexta-feira (10), com uma correia de motor do barco.
A discussão iniciou quando o padre foi questionar o prefeito sobre o porquê do atendimento não estar sendo feito a todos no barco, conforme a queixa de algumas pessoas que estavam aguardando na fila pelos serviços de assistência social, médica e odontológica do PAI. O prefeito não gostou da forma com o vigário o abordou - questionando a qualidade da administração municipal - e respondeu com insinuações de que Marcílio seria gay (de acordo com a versão do padre).
O nível da discussão, que já estava baixo, caiu de vez quando Marcílio, ofendido, pegou uma correia de borracha de motor - retirada de uma embarcação - e começou a bater no prefeito. Em entrevista, o vigário falou que deu quatro "lambadas", mas só acertou duas. Padre e prefeito só não trocaram sopapos porque os moradores da região, que assistiam atônitos à cena, impediram a briga.
O prefeito não negou a discussão, mas garante que não chegou a ofender o vigário em relação à sexualidade. De qualquer forma, Marcílio Moutinho, que trabalha a dez anos na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, apresentou queixa na delegacia e relatou o fato.
O bispo da Diocese de Parintins (que abrange Boa Vista do Ramos), Giuliano Frigenni, disse que o padre já havia dito que um dia iria se vingar do prefeito, que, segundo queixas de Marcílio, já o tinha ofendido antes. De acordo com Dom Frigenni, como o vigário tem um temperamento forte - Marcílio chegou a brigar no seminário por causa de insinuações de que fosse homossexual, disse o bispo - cumpriu a promessa na manhã de hoje.

Postado por Hiromar Cardoso