"Estou
me sentindo perseguido como aquela cubana lá. Como é o nome? A Yoani
Sánchez", disse o deputado e pastor Marcos Feliciano (PSC-SP), alvo diário
de protestos desde o instante de sua indicação para a Comissão de Direitos
Humanos da Câmara.
Interessante
aí é reparar na escolha da personagem. Talvez diga algo sobre o senso de
oportunidade do pastor. É atualizado, rápido. Tem até um certo link ideológico:
"A inimiga do meu inimigo é minha amiga", ele poderia dizer.
Presidente
da Câmara pressiona PSC por renúncia de pastor em comissão
Feliciano
divulga vídeo em que chora e com ataque a opositores
Hoje
famoso, pastor já foi rejeitado por líderes evangélicos
Pastor
eleito para comissão responde por estelionato e homofobia no STF
Feliciano
disse muito mais nos últimos dias. Apresentou-se como um homem "perseguido
por sua fé". A ideia de perseguição religiosa, muito cara na doutrina
evangélica, tem sido repetida à exaustão em cultos, entrevistas e em sua ativa
conta no Twitter.
A
turma do YouTube não ficou para trás. Foi contemplada com o vídeo que ele não
sabe quem fez, mas curiosamente divulgou e aparece chorando (ou supostamente
chorando) em close no final.
VÍTIMA
Numa
entrevista negociada para ser exclusiva, Feliciano disse que é ele a vítima de
discriminação. E que seus direitos estão sendo tolhidos.
Feliciano
continuou dizendo. Afirmou nos últimos dias que estava recebendo ameaças de
morte. Aos microfones, anunciou que iria pedir proteção para a Polícia
Legislativa e para a Polícia Federal.
O
Feliciano que disse tudo isso também disse na tal exclusiva que está sofrendo
tudo "caladinho". Caladinho?
Quem
melhor matou a charada foi o deputado Hugo Leal (RJ), seu colega de partido,
conforme reproduziu o jornal "O Globo" ontem.
Numa
reunião da bancada, Leal teria dirigido a seguinte reclamação a Feliciano:
"Você é cantor, vende CDs, faz palestras. O problema não é você defender o
que pensa, mas a forma como está fazendo. Só você ganha com isso. Dessa forma,
está sendo ruim para o partido e para a Câmara".
RICARDO
MENDONÇA
EDITOR-ASSISTENTE
DE "PODER"
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