A história do Conclave
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No começo da vida da Igreja era a comunidade de Roma quem elegia o Papa; o povo cristão, os diáconos, presbíteros e bispos. Com o tempo a Igreja foi se expandindo e a escolha do Papa começou a sofrer mudanças. Em meados do século XI, o Papa Nicolau II (1058-1061), definiu em sua bula “In Nomine Domini” que somente Cardeais-Bispos poderiam participar da eleição. Em 1179, o Papa Alessandro III estendeu a eleição a todos os Cardeais, sendo que o eleito deveria ter no mínimo dois terços dos votos, essa última condição é válida em nossos dias.
Em 1274, a Igreja teve o primeiro Conclave oficialmente. O Papa Gregório X (1271-1268), através da constituição apostólica “Ubi periculum”, estabeleceu que os Cardeais eleitores deveriam reunir-se em uma sala do palácio do falecido pontífice, dez dias após a sua morte, e ali permanecerem isolados.
Certas vezes demorava muito para o papa ser eleito por causa das ingerências das famílias nobres (Médicis, Corsinis, Crescêncios, Túsculus, Bórgias, etc. ) e dos imperadores alemães. Por exemplo, uma vez em Viterbo, o Conclave demorou 33 meses para eleger o papa.
Então, caso o Papa não tivesse sido eleito após três dias desde o início do Conclave, a refeição dos Cardeais era reduzida, e se após cinco dias ainda não tivessem eleito o papa, a comida era reduzida a pão, água e vinho. Gregório XVI (1621-1623) publicou duas Constituições, o voto secreto.
Os soberanos católicos tinham o poder de vetar alguns Cardeais indesejados. Isso ocorreu até o ano de 1904, quando o Papa São Pio X, através da Constituição “Commissum nobis”, aboliu o direito de veto das nações católicas.
Em 1970, o Papa Paulo VI definiu que só poderiam votar no Conclave os cardeais com menos de oitenta anos, e estabeleceu que o número máximo de Cardeais eleitores era de 120, o que vale até hoje.
O Papa João Paulo II em 1996 pelo documento “Universi dominici gregis”, estabeleceu o local para a clausura dos Cardeais (a Domus Sanctae Marthae), e eliminou a possibilidade de eleição por aclamação e por comprometimento.
Prof. Felipe Aquino
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