Momento
em que o jornalista Francisco Amaral é preso e algemado pela Polícia Militar
Jornalista
Francisco Amaral
O péssimo atendimento na agência do Bradesco
em Itaituba, que há muitos anos é alvo de polêmicas na sociedade, virou caso de
Polícia na tarde de segunda feira (02), quando o jornalista Francisco Amaral
(Folha do Oeste) foi preso no interior da agência ao se dispor a denunciar a
péssima qualidade de atendimento à população.
A reclamação generalizada dos clientes do
banco é de que por todo o final de semana não houve dinheiro disponível nos
caixas eletrônicos e nem tampouco envelopes para depósito, o que provocou a
presença de uma enorme quantidade de pessoas a procura de atendimento na
agência logo no primeiro dia útil da semana.
Com a multidão no interior da instituição
bancária e apenas dois caixas eletrônicos funcionando, a reclamação era geral
por parte dos clientes, muitos deles vindo do interior no final de semana e que
tiveram que permanecer na cidade em função de não terem conseguido realizar
saques nos caixas eletrônicos.
Momento em que policiais militares colocam
algema no jornalista
Por volta das 14h30 um dos dois caixas
eletrônicos que ainda teimavam em funcionar apresentou problema, diante do que
o que jornalista Francisco Amaral, que já se encontrava há mais de uma hora
como cliente na fila do referido caixa, tentou falar com a gerência para
solicitar providência, entretanto, mesmo esperando por 30 minutos, não foi
atendido por nenhum representante da agência.
Sem a presença da gerência ou de algum
funcionário que pudesse dar uma satisfação aos clientes, o jornalista passou a
registrar em fotografias o caos que estava na agência, o suficiente para que a
gerência acionasse uma guarnição da Polícia Militar, que rapidamente chegou ao
local e, em uma ação desrespeitosa e violenta, prendeu o profissional no
interior do próprio banco e mediante a reação da população que se posicionou
contrária a ação arbitrária, os policiais o algemaram na tentativa de
amedrontar o povo ali presente, para logo após o empurrarem de encontro à
multidão até chegarem à uma viatura policial que se encontrava estacionada em
frente à agência bancária.
Clientes revoltados dentro da agência com
caixas eletrônicos sem dinheiro
A atitude dos policiais revoltou os clientes
do banco que chegaram a subir na carroceria da viatura policial na tentativa de
impedir que a vítima fosse levada presa do local, mas a pedido do próprio
jornalista os ânimos foram acalmados e os policiais o conduziram até a 19ª
Seccional onde o mesmo foi ouvido e liberado pelo delegado José Dias Bezerra.
Em entrevista, Francisco Amaral disse que não
costuma ir aos bancos na segunda feira, mas, em função dos caixas não terem
funcionado no final de semana, teve que ir pela parte da tarde na agência do
Bradesco após comprovar que os caixas eletrônicos existentes na Prefeitura e na
Semdas não se encontravam em funcionamento. “Primeiramente eu procurei uma
solução para o problema junto à gerência, mas, em função da irresponsabilidade
do gerente que não deu satisfação aos presentes, decidi denunciar o descaso
para com a população que há muitos anos tem reclamado do péssimo atendimento
bancários em Itaituba e, para me respaldar, passei a fotografar.” Disse o
jornalista.
Francisco Amaral falou ainda da ação da
Polícia no caso, denominando-a de covarde, opressora e revanchista,
demonstrando total despreparo psicológico e agirem pela emoção. Afirmando ser
um profissional reconhecido pela sociedade que sabe da seriedade de seu
trabalho, Amaral disse que os policiais não estão contentes pelo fato dele já
haver denunciado inúmeras irregularidades que ocorreram na Polícia Militar em
Itaituba. “Eu estava no exercício de minha função. A fotografia faz parte da
atividade jornalística da imprensa escrita. Eu já tomei as providências tanto
no âmbito judicial quanto no militar e, se eles quiserem me prender que
prendam, entretanto, não irão conseguir me calar”, concluiu o jornalista.
CASO BOBOYA: Há poucos dias, houve o problema
com o presidente da API, Diego Mota, que foi expulso da sala do delegado
Alexandro Napoleão, porque queria apenas acompanhar o andamento do caso Boboya.
Isso remonta aos tempos da ditadura militar, nos seus piores momentos.
“Espero que a sociedade reaja a esse tipo de
truculência que põe em risco a atividade jornalística. Principalmente da parte
de uma das entidades mais fortes deste País, que sempre primou pelo direito à
liberdade de expressão, que é a OAB, na pessoa de sua presidente, advogada
Cristina Bueno, que tem mostrado coragem e determinação. Toda nossa
solidariedade ao colega atingido por essa violência”, disse o também jornalista
Jota Parente. Com informações de César Paiva, Jota Parente e Junior Ribeiro.
Fonte: RG 15/O Impacto
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