quinta-feira, 3 de setembro de 2009

por Edilberto Sena (*)

Vaidades das vaidades, tudo é vaidade, diz o livro do Eclesiastes. E é mesmo. O ser humano que é tão frágil e mortal tem a ilusão de se imortalizar deixando seu nome exposto para que as gerações futuras se lembrem.

Assim faziam reis e papas da Idade Média, generais ditadores. Lembrar o nome de alguém que dedicou sua vida a fazer o bem aos outros vale a pena. Porém, há nomes que só trazem lembranças ruins. Mas a pior das vaidades é a pessoa ainda viva permitir, ou até sugerir, seu nome para registrar uma rua, uma escola ou qualquer local público.

Infelizmente isso acontece, apesar de no Brasil existir uma lei específica que proíbe em todo o território nacional de se colocar nome de pessoa viva em algum bem público.

Imagine o que vai acontecer agora na cidade de Santarém. O Ministério Público recomenda à prefeitura que cumpra a lei e retire todos os nomes de pessoas ainda vivas de ruas, escolas, bairros, estádio e onde houver uma dessas bajulações de pessoas e vaidades.


Como são vários os casos na cidade, onde nomes de pessoas vivas são registrados em logradouros públicos, será válido os moradores de um bairro, por exemplo, já fazerem um movimento participativo nas igrejas e associação de moradores, para sugerir um nome de alguém que ali dedicou parte de sua vida pelo bem comum, ou um nome de natureza que expresse união, alegria, solidariedade da escola ou da rua, ou do bairro e apresente à Câmara de Vereadores, para mudar o atual nome ilegal.

Se todos compreenderem o significado da lei, se a prefeitura aproveitar o embalo e propuser que a comunidade participe das mudanças, em breve a cidade terá outro aspecto nos nomes dos logradouros públicos.

Sairão as vaidades, nem sempre honradas, e entrarão nomes expressivos de solidariedade, dignidade que, agora sim, marcarão a história positiva do povo.

Veja bem como soa expressivo: Estádio Mané Garrincha, lá em Brasília; ou, Beco do Amor, Rua Verbena – no bairro Jardim Santarém. Esses nomes foram bem escolhidos.

Que tal se começar essa limpeza da cidade?

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* É padre e diretor da Rádio Rural AM. Escreve regularmente neste blog.

Fonte: blog do jeso

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