sexta-feira, 11 de março de 2011

Pe. Edilberto: “Governador e Vice não respeitam povos da região”.

“O povo do Pará não precisa de mais hidroelétricas”, afirmou

Padre Edilberto critica atuação de Jatene e Helenilson com relação a Belo Monte
Padre Edilberto Sena fala com exclusividade para o jornal O Impacto sobre a construção da Usina de Belo Monte, onde contesta afirmações de que a Hidroelétrica tenha importância para o aumento na geração de energia para a região e desabafa: “O povo do Pará não precisa de mais hidroelétricas”, afirmou. Quanto a atuação do vice-Governador do Pará, o santareno Helenilson Pontes, o religioso foi enfático: “Ele tem que tomar uma posição clara contra essa desgraça que é a construção das hidroelétricas do Tapajós, como segunda maior autoridade do Pará que é, ou se vai ficar nesse jogo de coluna do meio, na corda bamba, onde é contra, mas ao mesmo tempo se posiciona a favor”, falou.

Padre Edilberto faz um aviso severo ao vice-governador Helenilson Pontes e ao governador Simão Jatene: “Se eles forem a favor de construção de Hidroelétricas no rio Tapajós, significa que estas autoridades (Governador e vice) não respeitam nem aos povos ribeirinhos, nem a população da região e nem os indígenas Mundurukús”, enfatizou.

Padre Edilberto, além de ser um formador de opinião dos mais competentes na região, também é Diretor Geral da Rádio Rural de Santarém e escritor. De sua inteligência privilegiada partem os brados em forma de editorial que são lidos diariamente na Rádio Rural, em favor da Amazônia e sua gente. O sacerdote e comunicador revela que a Usina de Tucuruí, no Pará, é a segunda maior hidroelétrica no País e que possui potência de energia suficiente, “para atender a todas as residências do estado do Pará”, disse. “Se Tucuruí não atende todas as residências do Estado, é por falta de interesse dos governantes do Pará”, enfatizou.

O representante dos católicos em Santarém retratou uma situação das mais conflitantes que infelizmente acontece na região, que é o interesse do capital “de fora” em atrofiar os rumos da região ao progresso e ao desenvolvimento, com a construção de Usinas Hidroelétricas: “Como interessa ao capital da Zona Franca de Manaus e do capital que está sendo investido na implantação da indústria de manganês, em Macapá, a Eletronorte está abrindo mais um Linhão, saindo de Altamira, descendo o rio Xingú, rumo ao Amazonas, atravessando próximo a Almeirim”, explica: “Neste ponto, um ramal sobe para Macapá e outro vem pela Calha Norte, rumo a Manaus. Então, significa que potência existe”, esclarece o sacerdote, perguntando em seguida: “Então, por que o governo está querendo construir na bacia do rio Tapajós onze hidroelétricas?”, indaga.

A resposta de Padre Edilberto à sua própria pergunta, revela o temor que o católico possui da invasão do capital estrangeiro no País e na região: “Acontece que o governo brasileiro está subserviente ao capitalismo internacional, a Holanda tem grande interesse nos canais de exportação de produtos da Amazônia, para distribuição na Europa, principalmente commodities (mercadorias), de soja, madeira e minério. Então, o nosso País está sob controle do capital internacional”, finalizou.

Livro sobre a Amazônia serve como instrumento de pesquisa em Universidades - Um dos livros mais lidos e comentados, segundo pesquisadores e estudantes, tem sido “Amazônia, o que será amanhã?”, de autoria do Padre Edilberto Sena, nos volumes 1 e 2. Totalmente baseado nos editoriais lidos nas manhãs na Rádio Rural, o livro é referencial para quem quer entender os problemas e lutas da região Oeste e da Amazônia. Pode ser adquirido na recepção da Rádio Rural ou pelo fone: (93) 3523-1066. Uma obra que merece ser estudada.


Por: Carlos Cruz

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