Aos 21 anos, Felippe Oliveira Bartalo já é um veterano em
investimentos: começou a poupar aos dez anos, por iniciativa própria.
"Pedi
aos meus pais para abrir uma poupança. A partir daí, preferi sempre dinheiro a
brinquedo de Natal ou aniversário", diz o estudante de engenharia
mecânica, que dá aula particular de matemática e mora com a família.
Calculadora:
veja quanto e por quanto tempo você deve poupar para atingir seu objetivo
Adolescente,
Bartalo começou a pesquisar sobre finanças pessoais e abriu uma conta em uma
corretora, mediante autorização dos pais. Desde então, diversifica os
investimentos em ações (70%) e renda fixa (30%), e, principalmente, controla os
gastos.
O jovem crê
que se aposentará com independência financeira --sonho de muitos, e planejado
por poucos.
O quadro
abaixo traz simulações que mostram que começar a investir cedo reduz o esforço
mensal de poupança. Foi estipulada uma meta de R$ 1 milhão (valor bruto) a ser
alcançada aos 55 anos em três tipos de aplicação: o primeiro com um perfil mais
conservador (baixo risco), o segundo com risco intermediário e o terceiro,
arrojado (maior risco).
A taxa real
de juros, descontada a inflação projetada do período e que remunera o
investimento, aumenta junto com a exposição ao risco.
Mario Kanno
e Paulo Crumbim/Editoria de Arte
A primeira
aplicação, em títulos do governo (Tesouro Direto), prevê juro real de 4,5% ao
ano. A segunda, em títulos privados de renda fixa (como CDBs de bancos), tem
5,5% ao ano de juro. E a terceira, em renda variável (ações), taxa de 6,5% ao
ano.
Assim,
quanto mais agressiva a aplicação, menos dinheiro por mês o investidor precisa
poupar em busca de seu objetivo, pois os recursos rendem mais. Mas vale lembrar
que, em caso de crise financeira, como a de 2008, aplicações mais conservadores
sofrem menos impacto.
Os cálculos
mostram que quem começa o investimento mais conservador aos 45 anos precisa
aplicar por mês, para atingir a meta aos 55 anos de idade, mais de três vezes o
projetado para os 30 anos e mais de sete vezes o estimado aos 18 anos.
Na opção
mais arrojada, em que há mais efeito dos juros ao longo do tempo (pois as
taxas, que multiplicam o dinheiro, são mais altas), as diferenças aumentam. O
valor mensal para quem começa aos 45 anos é mais que o quádruplo do recomendado
aos 30 anos --e mais de dez vezes o estimado aos 18 anos.
Mario
Kanno/Editoria de Arte
Se uma
aplicação financeira for iniciada pela família para beneficiar uma criança ao
nascer, esse futuro investidor poderá alcançar a meta mantendo poupança mensal
que representa de 2,83% a 5,39% do valor projetado para quem começa aos 45 anos
(dependendo da aplicação).
"As
pessoas, muitas vezes, não se propõem a poupar R$ 1 milhão porque acham o valor
alto, mas é possível para qualquer um, principalmente se o planejamento tem
início cedo", diz Mauro Calil, educador financeiro, que fez os cálculos
para a Folha.
"Uma
estratégia é começar com metas menores, como R$ 20 mil e R$ 100 mil. Depois que
o bolo começa a crescer, fica mais fácil", acrescenta.
Os
especialistas ponderam que R$ 1 milhão não significa independência financeira
para todos; isso vai depender do padrão de vida e, no momento da aposentadoria,
da situação econômica do país.
"Essa
quantia, se bem empregada, ajuda a trazer tranquilidade. Em renda fixa, rende
hoje cerca de R$ 4.000 por mês", afirma Erasmo Vieira, consultor da
Planilhar Planejamento Financeiro.
CAROLINA
MATOS / DE SÃO PAULO
Nenhum comentário:
Postar um comentário