“Existe uma comunhão de vida entre todos
aqueles que pertencem a Cristo”, destacou o Papa.
Durante a audiência geral desta quarta-feira,
o Papa Francisco ensinou aos fiéis presentes na Praça de São Pedro a beleza da
comunhão dos santos, já em vista da solenidade do próximo domingo, em que se
celebra a memória litúrgica de Todos os Santos. "Trata-se de uma verdade
entre as mais consoladoras da nossa fé", destacou o Papa, "pois nos
recorda que não estamos sozinhos, mas existe uma comunhão de vida entre todos
aqueles que pertencem a Cristo".
Diz um adágio antigo, atribuído a Tertuliano:
"unus christianus, nullus christianus". Isto é, um cristão sozinho
não é um cristão. Por isso, o Santo Padre recordou, citando o Catecismo, que a
comunhão dos santos é "a comunhão entre as pessoas santas". "O
termo 'santos'", explicou, "refere-se àqueles que acreditam no Senhor
Jesus e estão incorporados a Ele na Igreja mediante o Batismo". De fato, é
comum ver a Escritura referir-se aos primeiros cristãos como à comunidade dos
"santos" (cf. At 9, 32; Rm 8, 27; 1 Cor 6, 1).
Lembrando a oração sacerdotal de Jesus pela
unidade da Igreja, Sua Santidade sublinhou que "a Igreja, em sua verdade
mais profunda, é comunhão com Deus, familiaridade com Deus". Não sem razão
São Paulo chama os cristãos de Éfeso de "concidadãos dos santos e membros
da família de Deus" (Ef 2, 19).
O Papa fez referência ao amor na Santíssima
Trindade. "Esta relação entre Jesus e o Pai é a 'matriz' do vínculo entre
nós cristãos", afirmou. "Se estamos intimamente inseridos nesta
'matriz', nesta fornalha ardente de amor que é a Trindade, então podemos nos
tornar verdadeiramente um só coração e uma só alma entre nós, porque o amor de
Deus queima os nossos egoísmos, os nossos preconceitos, as nossas divisões interiores
e exteriores". Ele destacou ainda que "o amor de Deus queima também
os nossos pecados".
Falando do vínculo entre os cristãos, o doce
Cristo na terra lembrou que "a nossa fé precisa do apoio dos outros,
especialmente nos momentos difíceis". Ele criticou "a tendência a se
fechar no privado" que "influenciou também o âmbito religioso",
tornando muitas vezes difícil "pedir a ajuda espiritual de quantos
partilham conosco a experiência cristã". "Nestes momentos de dificuldade
é necessário confiar na ajuda de Deus, mediante a oração filial e, ao mesmo
tempo, é importante encontrar a coragem e a humildade de abrir-se aos outros,
para pedir ajuda, para pedir para nos darem uma mão", aconselhou.
"Nesta comunhão (...) somos uma grande família, onde todos os componentes
se ajudam e se apoiam entre eles."
Por fim, Francisco repetiu o ensinamento
bimilenar da Igreja, confirmado na constituição Lumen Gentium, de que "de
modo nenhum se interrompe a união dos que ainda caminham sobre a terra com os
irmãos que adormeceram na paz de Cristo"01. "A comunhão dos santos
vai além da vida terrena, vai além da morte e dura para sempre", disse o
Papa. "Todos os batizados aqui na terra, as almas do Purgatório e todos os
beatos que estão já no Paraíso formam uma só grande família. Esta comunhão
entre terra e céu se realiza especialmente na oração de intercessão."
Após a catequese, o Santo Padre fez um apelo
pela paz no Iraque. O território iraquiano foi devastado por bombas no início
desta semana. "Convido-vos a rezar pela querida nação iraquiana
infelizmente atingida cotidianamente por trágicos episódios de violência, para
que encontre o caminho da reconciliação, da paz, da unidade e da
estabilidade".
Por Equipe Christo Nihil Praeponere | Informações: Canção
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