Promotoria
de Justiça Militar também apura se a conduta foi violenta.
Policial amarra uma das mãos de Adeládio
Altamira - Uma ação policial assustou
moradores de um bairro de Altamira, no sudoeste do estado, durante a prisão de
um homem, na última terça-feira (1º) que teria sido retirado de casa à força.
A Promotoria de Justiça Militar, em Belém,
vai apurar se a conduta dos policiais não teria sido violenta.
As imagens feitas com um celular mostram dois
policiais militares tentando quebrar o portão da casa do torneiro mecânico
Adeládio Gomes da Costa, de 34 anos, que não teria autorizado a entrada. Depois
de chutarem o portão e usar um alicate para tentar abri-lo, os policiais
conseguem entrar na casa.
Em outro vídeo, o torneiro mecânico aparece
na carroceria de uma viatura da PM. Para tentar fazer a imobilização, um dos
policiais amarra uma das mãos de Adeládio, que grita e resiste à prisão. duUm
dos policiais aperta o pescoço do homem com um cacetete, mesmo ele já estando
algemado.
Outro policial chega a ficar com as duas
pernas em cima de Adeládio. A gravação foi feita por moradores, que
presenciaram a ação da polícia.
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A mulher do torneiro mecânico foi quem chamou
a viatura. Ela conta que o casal teve um desentendimento após ingerir bebida
alcoólica e o marido estava agressivo. "A gente começou a discutir, aí foi
quando houve um desentendimento maior e ele veio para cima de mim e eu saí
correndo", conta a esposa.
Vizinhos dizem que ficaram assustados com a
ação dos policiais. "Eu encontrei o cidadão algemado e a polícia militar
agindo brutalmente, batendo de forma desumana no cidadão que estava algemado,
caído no chão, sem disposição para reagir contra a polícia", diz uma
testemunha.
A comissão de atividades policiais da Ordem
dos Advogados do Brasil - Seção Pará analisou as imagens e reprovou a conduta
dos policiais, por considerar que houve excessos na abordagem e prisão do
suspeito.
"As cenas são chocantes. A pessoa foi
totalmente torturada, violentada. Ele apanhou, foi engasgado, com um cacetete
no pescoço. Não sei como esse homem não veio até a falecer por asfixia",
diz Ivanilda Pontes, da comissão de atividades policiais da OAB/PA.
A Promotoria de Justiça Militar também
assistiu aos vídeos e explica que a entrada dos policiais na residência está
dentro da legalidade, mas vai apurar se a ação foi violenta. "Nós vamos
apurar a utilização do material conhecido como confa, o cacetete. E também o
porquê de não terem sido utilizadas as algemas", diz Armando Brasil,
promotor de justiça militar.
O caso também será apurado pela Corregedoria
da PM. O suspeito fez exame de corpo de delito e será transferido para o
presídio de Altamira. Adeládio Gomes da Costa pode responder pelos crimes de
lesão corporal, ameaça, resistência à prisão, desobediência e desacato, além de
ser enquadrado na Lei Maria da Penha.
Fonte: G1 Pará
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