Dr. Olivar declara guerra aos maus profissionais do Direito
Dr. Olivar declara guerra aos maus profissionais do Direito
Jornal O Impacto: Depois de Ubirajara Bentes, Nestor Miléo, considerados decanos dos advogados santarenos, sem esquecer Santino Sirotheau, José Ronaldo Dias Campos, Ubirajara Bentes Filho, eleito recentemente presidente da Subseção OAB/ Santarém e outros mais, como o senhor pode analisar ser considerado entre estes e outros um expert em causas cíveis e administrativas?
José Olivar: Santarém tem uma história no mundo jurídico, pautada em grandes nomes como você faz referência na pergunta, além de outros de destaque na profissão. De minha parte e já com 36 anos de pleno exercício da advocacia, digo que a Comarca é um espelho de grande volume de processos que aqui tramitam e de grandes profissionais do Direito, onde nesse universo procuro estar sempre atualizado com as inovações jurídicas, ao tempo em que mantenho uma conduta iniciada desde a década de 70.
Jornal O Impacto: Dr. Olivar, existem requisitos indispensáveis para que um profissional de Direito se torne um bom profissional na área em que abraçou?
José Olivar: Claro. Além do conhecimento jurídico, a vivência no dia-a-dia, a experiência adquirida com os anos de profissão e a honestidade para consigo mesmo e seus clientes. Sem isso, jamais alguém será um bom profissional.
Jornal O Impacto: Como é sua rotina no cargo de Procurador da Câmara Municipal de Santarém?
José Olivar: É um cargo dignificante e de grande significado para quem o exerce, principalmente para aquele que gosta do Direito Administrativo, visto que é sobre ele que se debruça o Procurador, para emitir pareceres ou sugerir soluções dos problemas surgidos.
Jornal O Impacto: O senhor já foi presidente da Subseção da OAB/ Santarém e Conselheiro Seccional. Qual o grau de responsabilidade que pode ser dado a quem defende a Ordem?
José Olivar: Na realidade, um cargo de Presidente da OAB não leva exclusivamente a defender a Instituição, mas zelar pelo nome e prestígio da mesma e com denodo defender as prerrogativas dos advogados, previstas em lei, com uma responsabilidade imensa, pois o cargo reclama luta de vanguarda e conduta irrepreensíveis, atitudes indispensáveis.
Jornal O Impacto: Algumas pessoas julgam o advogado como profissional do Direito que só pensam em riqueza. O senhor pode fazer uma avaliação mais compatível e original da profissão?
José Olivar: Ser advogado é abraçar uma causa na defesa dos direitos alheios, claro que mediante uma remuneração, salvo se o cliente não puder pagar. Usar a profissão pensando só no dinheiro, não é ter espírito de advogado, visto que nesse caso se afasta do objetivo maior da profissão para se aproximar apenas do dinheiro.
Jornal O Impacto: Existem alguns maus advogados, aqueles que somente pensam em enganar seus clientes. Como o senhor analisa esta situação?
José Olivar: Acho que agir errado já vem da índole do profissional, que escolhe ser um violador da lei, embora trabalhe com ela. Pode até ocorrer um deslize de um bom profissional, mas isso se dá de forma involuntária, pois se o fizer de vontade própria e voluntária, tornar-se-á um bandido, não advogado.
Jornal O Impacto: Por que razão a Magistratura paraense nunca escolheu um Juiz que tenha raízes em Santarém e no Oeste do Pará?
José Olivar: Tudo depende do Juiz que tem o Direito, por ser inamovível, de ir ou não para certa Comarca. Temos juízes no Estado que são filhos de Santarém, mas por alguma razão não querem vir para a Comarca, salvo o Dr. Sílvio Maria, que foi Juiz aqui por muito tempo e é filho da Terra.
Jornal O Impacto: Os rábulas sabem ou estudam mais que os advogados com diploma obtido em faculdade específica?
José Olivar: O rábula é uma pessoa que adquire algum conhecimento jurídico decorrente da convivência com um advogado ou por curiosidade pessoal. Todavia, jamais um rábula vai adquirir conhecimento científico de um bom advogado, pois este, além dos cinco anos de curso tem o dever de estudar todos os dias, atualizando-se com as mais recentes jurisprudências e doutrinas. Ou seja, não dá para igualar conhecimento científico com o conhecimento empírico.
Jornal O Impacto: Como o senhor analisa a ação do Dr. Ubirajara Bentes Filho, que venceu eleições da Ordem em Santarém, derrotando o candidato e advogado Geraldo Sirotheau? O senhor acredita que ele vai superar mais esta etapa de sua carreira profissional ou vai ter muitas dificuldades a enfrentar?
José Olivar: Quando se candidatou, Ubirajara Filho assumiu um compromisso com todos que o apoiaram, principalmente na defesa da instituição e das prerrogativas dos advogados.
Como Presidente, estará à frente de mais de 500 advogados que integram a Subseção, e com certeza fará um bom trabalho, visto que seu perfil sempre foi de um lutador e ardoroso defensor das causas que abraça. Na OAB não será diferente. Há de parte dos advogados da região uma grande confiança no que o Dr. Ubirajara fará em prol da classe. Disso não tenho dúvidas.
Jornal O Impacto: Finalizando, o senhor que já foi presidente da OAB em Santarém, quais as principais orientações que dá a quem quer seguir carreira como advogado?
José Olivar: O exercício de qualquer profissão requer: conhecimento, espírito de luta e honestidade. Para ser um bom advogado, o candidato deve estudar sempre, defender com denodo suas teses, sem qualquer temor e com altivez e, acima e tudo, pautar sua conduta com honestidade, pois só assim enraizará seu nome no meio jurídico. Todavia, a tudo isso deve acrescentar a postura de humildade, sem acovardamento.
Por: Carlos Cruz
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