quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Padre Edilberto: “Governo Federal trata Santarém como colônia” Padre Edilberto Sena critica governo de Dilma Roussef

O anúncio da ampliação do Porto da Companhia Docas do Pará (CDP) em Santarém preocupa ambientalistas e estudiosos. No final do mês passado o Governo Federal anunciou recursos no valor de R$ 152 milhões para a construção de um novo píer nas Docas, localizada no rio Tapajós, em Santarém.

Para o membro da Frente em Defesa da Amazônia (FDA), padre Edilberto Sena, o que mais impressiona não são os R$ 152 milhões, mas a forma como o Governo Federal trata Santarém e a população. “O Governo trata a nossa cidade como uma Colônia, exatamente como os portugueses tratavam o Rio de Janeiro e a Bahia quando eles chegaram ao Brasil”, lembra o religioso.

Segundo padre Edilberto, o Governo obedecendo ao mercado internacional tem um plano de impor regras de como deve ser um porto para atender a demanda de outros países. Ele ressalta que existe o conceito de que Santarém é reconhecida como cidade turística, com o rio Tapajós sempre belo, ainda existindo o encontro das águas.

“Aí uma exigência internacional faz o Governo decidir ampliar o Porto das Docas do Pará. O Governo decide que a Doca de Santarém deve ser um porto internacional. Ele vai estender mais 200 metros rio a dentro”, denuncia o ambientalista.

Padre Edilberto Sena reforça que a presidente Dilma liberou a “invasão” do rio Tapajós, em mais 200 metros para a frente, para fazer um novo píer, além de um terceiro e quarto que ela planeja construir.

“Isso é uma violência e já foi anunciado que futuramente, eles vão fechar uma área privada do Porto das Docas, no cruzamento das avenidas Cuiabá, com Tapajós”, aponta padre Edilberto, adiantando que  o povo que chega nas Docas para pegar os barcos interestaduais, agora terá a opção de pegar um taxi especial ou caminhar vários metros para levar sua bagagem para a embarcação.

“Ou vão excluir o embarque e desembarque de passageiros para atender somente o mercado internacional apenas com a exportação de dois produtos: Madeira e soja”, assinala.

IMPORTAÇÃO:
De acordo com Padre Edilberto, hoje Santarém importa 60% dos produtos alimentícios que a população consome, provenientes da região Sul do Brasil. “Isso é que dói, porque a cidade importa 60% dos produtos do Sul e só exporta madeira e soja. Isso deve ser denunciado e a sociedade santarena não pode aceitar humilhadamente em nome do progresso das grandes empresas em troca da destruição do rio Tapajós”, finalizou.


Por: Carlos Cruz

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