O anúncio da ampliação do Porto da Companhia Docas do Pará (CDP) em
Santarém preocupa ambientalistas e estudiosos. No final do mês passado o
Governo Federal anunciou recursos no valor de R$ 152 milhões para a
construção de um novo píer nas Docas, localizada no rio Tapajós, em
Santarém.
Para o membro da Frente em Defesa da Amazônia (FDA), padre Edilberto Sena, o que mais impressiona não são os R$ 152 milhões, mas a forma como o Governo Federal trata Santarém e a população. “O Governo trata a nossa cidade como uma Colônia, exatamente como os portugueses tratavam o Rio de Janeiro e a Bahia quando eles chegaram ao Brasil”, lembra o religioso.
Segundo padre Edilberto, o Governo obedecendo ao mercado internacional tem um plano de impor regras de como deve ser um porto para atender a demanda de outros países. Ele ressalta que existe o conceito de que Santarém é reconhecida como cidade turística, com o rio Tapajós sempre belo, ainda existindo o encontro das águas.
“Aí uma exigência internacional faz o Governo decidir ampliar o Porto das Docas do Pará. O Governo decide que a Doca de Santarém deve ser um porto internacional. Ele vai estender mais 200 metros rio a dentro”, denuncia o ambientalista.
Padre Edilberto Sena reforça que a presidente Dilma liberou a “invasão” do rio Tapajós, em mais 200 metros para a frente, para fazer um novo píer, além de um terceiro e quarto que ela planeja construir.
“Isso é uma violência e já foi anunciado que futuramente, eles vão fechar uma área privada do Porto das Docas, no cruzamento das avenidas Cuiabá, com Tapajós”, aponta padre Edilberto, adiantando que o povo que chega nas Docas para pegar os barcos interestaduais, agora terá a opção de pegar um taxi especial ou caminhar vários metros para levar sua bagagem para a embarcação.
“Ou vão excluir o embarque e desembarque de passageiros para atender somente o mercado internacional apenas com a exportação de dois produtos: Madeira e soja”, assinala.
IMPORTAÇÃO: De acordo com Padre Edilberto, hoje Santarém importa 60% dos produtos alimentícios que a população consome, provenientes da região Sul do Brasil. “Isso é que dói, porque a cidade importa 60% dos produtos do Sul e só exporta madeira e soja. Isso deve ser denunciado e a sociedade santarena não pode aceitar humilhadamente em nome do progresso das grandes empresas em troca da destruição do rio Tapajós”, finalizou.
Por: Carlos Cruz
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