Martinho Carmona (PMDB) disputará presidência
com Márcio Miranda (DEM)
O PMDB do Pará, numa declaração de guerra
contra o governo do Estado, decidiu bater chapa na disputa para a presidência
da Assembléia Legislativa do Pará para o biênio 2013-2014. Ao indicar o
deputado evangélico peemedebista Martinho Carmona para disputar a presidência
da Alepa, aliado ao PT, contra o candidato indicado pelo governador Simão
Jatene e seus aliados, deputado Márcio Miranda (DEM), o presidente regional do
PMDB, senador Jader Barbalho, tem por sonho reeditar a gestão do ex-deputado Domingos
Juvenil (PMDB) à frente da Alepa (2007-2010), marcada por um tsunami de
malfeitos, fonte de recursos para desvios de verba.
Nos quatro anos em que presidiu o Legislativo
Estadual, Domingos Juvenil manteve o governo de Ana Júlia Carepa (PT) como
refém do PMDB. O partido ora ameaçava unir-se à oposição para aprovar Comissões
parlamentares de Inquérito (CPI), chantageando o governo, ora enveredava para o
caminho das fraudes com o dinheiro público.
Martinho Carmona, hoje no PMDB, mas que já
foi do PSDB e é pastor da Igreja Quadrangular, presidiu a Assembléia
Legislativa por duas legislaturas, em gestões marcadas por denúncias de
corrupção e empreguismo. Carmona ainda hoje é um corpo estranho ao PMDB e
colecionou desafetos no PT ao tempo em que presidiu a Assembléia.
Na gestão de Domingos Juvenil à frente da
Alepa, o Ministério Público do Estado apurou que as fraudes podem superar R$
200 milhões e conseguiu, inclusive, que a Justiça decretasse a
indisponibilidade dos bens do ex-presidente do Legislativo paraense, que se
elegeu em outubro prefeito de Altamira, no Sudoeste do Pará, mas corre o risco
de ser cassado pela Justiça Eleitoral.
Coube ao juiz Marco Antonio Castelo Branco,
titular da 2ª Vara da Fazenda Pública de Belém, decretar a indisponibilidade dos
bens do ex-presidente Domingos Juvenil Nunes de Souza e ainda de Sérgio Duboc
Moreira, Jorge Luís Feitosa Pereira, Raul Nilo Guimarães Velasco, Débora Jaques
da Silva Cardoso, Françoise Marie de Almeida Cavalcante e Maria de Nazaré
Guimarães Rolim.
Castelo Branco também tornou indisponíveis os
bens da empresa Alta Empreendimentos Turísticos Ltda. (EPP), cujo nome de
fantasia é Ideal Turismo – e que tem como sócios Claudiana Alves da Cruz e
Paulo Roberto Batista de Souza. A decisão do juiz Castelo Branco foi em
resposta à ação civil pública movida pelo Ministério Público Estadual, que
denunciou irregularidades na administração pública na condução de procedimento
licitatório na Alepa, na modalidade Concorrência Pública de Menor Preço nº
003/2007, realizada pela Assembléia Legislativa para contratação de agência de
viagens para fornecimento parcelado de bilhetes de passagens.
Parecer elaborado pelo Grupo Técnico
Interdisciplinar do Ministério Público concluiu pela ilegalidade do processo
licitatório realizado durante a gestão de
Domingos Juvenil, que teria beneficiado a
empresa Ideal Turismo.
Domingos Juvenil também está envolvido nas
fraudes constatadas no setor de pessoal da Assembléia Legislativa, num rombo
de, no mínimo, R$2 milhões ao longo de dois anos. As investigações comprovaram
que as fraudes envolviam funcionários da Alepa, com a suposta ajuda de
servidores do posto do Banco do Estado do Pará (Banpará), que funciona no
prédio do Legislativo.
Fonte:
O Liberal
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