Até o final de 2010, a Amazônia Legal possuía
307 Unidades de Conservação, um total de 1.174.258 km2, 23,5% do território.
Dessas, 196 eram de Uso Sustentável e 111 de Proteção Integral. De 2004 a 2012
o Pará diminuiu satisfatoriamente os índices de desmatamento. O número caiu de
28 mil km² para 4 mil km² de área devastada. Apesar do dado positivo, o
Instituto do Homem e Meio Ambiente (Imazon), já observa um aumento no
desmatamento desde o ano passado. Hoje, quando se comemora o Dia Mundial do
Meio Ambiente, a ordem é conscientizar.
ESFORÇOS
De acordo com o pesquisador do Imazon, Heron
Martins, o índice positivo foi alcançado por um conjunto de esforços. “A
diminuição do desmatamento é reflexo das ações de incentivo e fiscalização do
Governo e sociedade civil. A lista feita pelo Ministério do Meio Ambiente com
os municípios que mais desmatam fez com que alguns municípios criassem um
eficaz projeto contra o problema. Além disso, a Penalização da Cadeia
Produtiva, fez o Ministério Público ficar em cima de quem comprava gado de área
desmatada”, avalia.
Ainda assim, ele acredita que a gradual
regressão tem explicação. “O Imazon faz a pesquisa mensalmente e desde agosto
observamos um aumento do desmatamento em duas áreas. Na BR-163, conhecida como
Cuibá-Santarém, e na região da Transamazônica. Locais onde estão sendo feitos
projetos de infraestrutura, como hidrelétricas e rodovias. E quando projetos
como esses são feitos sem o devido acompanhamento o crescimento populacional
acontece e em decorrência dele o desmatamento também”, explica.
REGULARIZAÇÃO
No Pará, cinco unidades de conservação foram
diminuídas nos últimos tempos. “Todas ficam próximas à BR-163. Isso tem
acontecido devido a algumas áreas que foram ocupadas e o Governo regularizou e
também por conta das construções de hidrelétricas. De fato, isso é prejudicial,
além de diminuir as áreas protegidas incita um clima de que isso pode voltar a
acontecer em outras unidades”, relata Martins.
Para vencer os grandes projetos e a
especulação imobiliária que vem tomando o espaço verde do Estado e garantir o
desenvolvimento sustentável é preciso trabalhar de mãos dadas. “É preciso mudar
o paradigma de que o desmatamento gera progresso. Também é preciso fiscalizar
as Unidades de Conservação e estruturar cada uma delas, muitas só existem no
papel. E isso envolve poder público e sociedade civil.
(Diário do Pará)
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