sexta-feira, 21 de junho de 2013

Manifestação no Rio termina com confronto e 62 pessoas feridas

No maior dos quatro atos já realizados desde o início da onda de protestos no Rio de Janeiro, há oito dias, manifestantes e policiais entraram em confronto na noite desta quinta-feira por toda a extensão do centro da cidade. Sessenta e dois feridos foram levados para o Hospital Souza Aguiar, nos arredores.

Como nas vezes anteriores, o ato, que reuniu 300 mil pessoas segundo a PM, começou tranquilo. Mas o confronto entre policiais e manifestantes, que começou em frente à sede da prefeitura, se espalhou pelas ruas do centro e atingiu parte da zona sul.

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Às 23h o Batalhão de Choque cercou o Palácio Guanabara, sede do governo estadual, em Laranjeiras. Um grupo de manifestantes seguia para lá e as ruas foram interditadas, mas meia-hora depois foram liberadas.

Desde o início do confronto, pouco antes das 19h, eles vinham sendo "empurrados" pelos policiais, com bombas de gás lacrimogêneo e tiros de balas de borracha.

O grupo ia diminuindo, mas continuava a depredar, saquear e incendiar em seu caminho. Passaram assim pela avenida Rio Branco e Cinelândia, no centro, onde saquearam uma filial das Lojas Americanas. Seguiram para Glória, Catete e Largo do Machado, na zona sul.

No início dos conflitos, em frente a Prefeitura, um grupo roubou os equipamentos e depois incendiou um carro da rede de TV SBT. Pessoas que participaram da passeata queixavam-se de que, quando começou o tumulto, assaltantes se misturaram, levando carteiras, celulares e outros objetos.

Durante o dia, o governador Sérgio Cabral, informou por meio de sua assessoria, que tinha recebido telefonema do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, alertando para possíveis atentados do Comando Vermelho na manifestação. Nem a PM nem a secretaria de segurança confirmou a informação.

Na concentração, na Candelária, o único incidente ocorreu quando sindicalistas tentaram abrir duas bandeiras da CUT. Foram cercados por manifestantes que arrancaram e rasgaram as bandeiras.

Pouco depois, militantes do PSTU tiveram suas bandeiras arrancadas e rasgadas por outro grupo de manifestantes, que pediam para o movimento ser apartidário.

A passeata seguiu tranquila até a frente da prefeitura, distante pouco mais de três quilômetros.
Os participantes gritavam palavras de ordem como "Não vai ter Copa", Povo na rua, Dilma a culpa é sua", "Brasil, vamos acordar. O professor vale mais do que o Neymar" e "Polícia, polícia, vinagre é uma delícia".

Às 18h55, morteiros foram disparados pelos manifestantes. Em resposta, a polícia arremessou bombas de efeito moral e usou a cavalaria, a fim de proteger o prédio.

Manifestantes arrancaram tapumes que protegiam prédios no entorno e os usavam com escudos para se proteger das bombas e avançar em direção aos policiais. O caveirão, blindado da PM, entrou em ação, arremessando mais bombas e balas de borracha.

Os manifestantes começaram a se dispersar, espalhando os confrontos por todo o centro da cidade. Parte deles atravessou um viaduto em frente à prefeitura e seguiu em direção ao Maracanã, onde acontecia o jogo Espanha X Taiti. Foram contidos por agentes da Força Nacional que participam do esquema de segurança da Copa das Confederações.

Outro grupo foi em direção contrária, voltando para a Candelária. Um grupo depredou e incendiou o Terreirão do Samba, local de shows populares na avenida Presidente Vargas. Postes com câmeras de trânsito, pontos de ônibus e lixeiras foram destruídos no trajeto.

(DENISE LUNA, PEDRO SOARES, ITALO NOGUEIRA, FABIO BRISOLLA, BRUNA FANTTI, MARIANA SALLOWICZ e PAULO MAURICIO ROCHA)

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 DO RIO

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