Como
nas vezes anteriores, o ato, que reuniu 300 mil pessoas segundo a PM, começou
tranquilo. Mas o confronto entre policiais e manifestantes, que começou em
frente à sede da prefeitura, se espalhou pelas ruas do centro e atingiu parte
da zona sul.
Veja
o mapa dos protestos que acontecem pelo país
Às
23h o Batalhão de Choque cercou o Palácio Guanabara, sede do governo estadual,
em Laranjeiras. Um grupo de manifestantes seguia para lá e as ruas foram
interditadas, mas meia-hora depois foram liberadas.
Desde
o início do confronto, pouco antes das 19h, eles vinham sendo "empurrados"
pelos policiais, com bombas de gás lacrimogêneo e tiros de balas de borracha.
O
grupo ia diminuindo, mas continuava a depredar, saquear e incendiar em seu
caminho. Passaram assim pela avenida Rio Branco e Cinelândia, no centro, onde
saquearam uma filial das Lojas Americanas. Seguiram para Glória, Catete e Largo
do Machado, na zona sul.
No
início dos conflitos, em frente a Prefeitura, um grupo roubou os equipamentos e
depois incendiou um carro da rede de TV SBT. Pessoas que participaram da
passeata queixavam-se de que, quando começou o tumulto, assaltantes se
misturaram, levando carteiras, celulares e outros objetos.
Durante
o dia, o governador Sérgio Cabral, informou por meio de sua assessoria, que
tinha recebido telefonema do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo,
alertando para possíveis atentados do Comando Vermelho na manifestação. Nem a
PM nem a secretaria de segurança confirmou a informação.
Na
concentração, na Candelária, o único incidente ocorreu quando sindicalistas
tentaram abrir duas bandeiras da CUT. Foram cercados por manifestantes que
arrancaram e rasgaram as bandeiras.
Pouco
depois, militantes do PSTU tiveram suas bandeiras arrancadas e rasgadas por
outro grupo de manifestantes, que pediam para o movimento ser apartidário.
A
passeata seguiu tranquila até a frente da prefeitura, distante pouco mais de
três quilômetros.
Os
participantes gritavam palavras de ordem como "Não vai ter Copa",
Povo na rua, Dilma a culpa é sua", "Brasil, vamos acordar. O
professor vale mais do que o Neymar" e "Polícia, polícia, vinagre é
uma delícia".
Às
18h55, morteiros foram disparados pelos manifestantes. Em resposta, a polícia
arremessou bombas de efeito moral e usou a cavalaria, a fim de proteger o
prédio.
Manifestantes
arrancaram tapumes que protegiam prédios no entorno e os usavam com escudos
para se proteger das bombas e avançar em direção aos policiais. O caveirão,
blindado da PM, entrou em ação, arremessando mais bombas e balas de borracha.
Os
manifestantes começaram a se dispersar, espalhando os confrontos por todo o
centro da cidade. Parte deles atravessou um viaduto em frente à prefeitura e
seguiu em direção ao Maracanã, onde acontecia o jogo Espanha X Taiti. Foram
contidos por agentes da Força Nacional que participam do esquema de segurança
da Copa das Confederações.
Outro
grupo foi em direção contrária, voltando para a Candelária. Um grupo depredou e
incendiou o Terreirão do Samba, local de shows populares na avenida Presidente
Vargas. Postes com câmeras de trânsito, pontos de ônibus e lixeiras foram
destruídos no trajeto.
(DENISE
LUNA, PEDRO SOARES, ITALO NOGUEIRA, FABIO BRISOLLA, BRUNA FANTTI, MARIANA
SALLOWICZ e PAULO MAURICIO ROCHA)
PUBLICIDADE
DO RIO
Nenhum comentário:
Postar um comentário