O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB),
disse que o seu partido deverá entregar todos os cargos que têm no governo da
presidente Dilma Rousseff se o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, acabar
mesmo se lançando candidato ao Planalto em 2014.
A declaração foi feita em entrevista ao Poder
e Política, programa da Folha e do UOL, anteontem. Geraldo Julio fez,
entretanto, muitas ressalvas sobre a consolidação da candidatura de Eduardo
Campos --que é o presidente nacional do PSB e um aliado histórico do PT.
Trechos da entrevista de Geraldo Julio - 7
vídeos
Se Campos for candidato, PSB sai do governo
(2:05)
Lançar Eduardo Campos em 2013 é inadequado
(2:46)
Geraldo é contra mudar lei sobre aborto e
drogas (1:32)
O certo é falar 'no Recife' (0:35)
Recife cortou 2 secretarias e 600 cargos de
confiança (2:02)
Quem é Geraldo Julio? (1:15)
Íntegra da entrevista (42 min.)
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O prefeito da capital pernambucana repetiu
com muita ênfase o discurso de seu padrinho político. "A antecipação do
debate eleitoral para este ano é inadequada (...) Nós deveríamos fazer esse
debate em 2014, no ano da eleição".
Geraldo Julio é uma criação política de
Campos, que o lançou na vida política eleitoral com sucesso no ano passado.
Quando o prefeito da capital pernambucana fala algo, entende-se no meio
político que tudo foi combinado antes com o governador. As declarações
expressam o tom desejado do chefe do PSB para 2014.
Enquanto deputados, senadores e aliados em
geral de Campos têm declarado que a candidatura ao Planalto é inevitável, o
prefeito do Recife adota um tom mais cauteloso.
Mas e na hipótese de Eduardo Campos se lançar
candidato a presidente, o PSB sai do governo? "Sim. [Vale] não só para o
PSB. Para qualquer candidatura", responde Geraldo Julio. Quando será o
momento? "Acho que isso depende do cenário político, do cenário econômico,
de como o país esteja andando. Eu acho que essas coisas não têm data
marcada".
Embora a intenção real de Campos seja ser
candidato ao Planalto, a decisão pública só deve ser anunciada em março ou
abril do ano que vem. Foi nesse mesmo período, em 2010, que o PSB decidiu
retirar a pré-candidatura presidencial de Ciro Gomes para declarar depois apoio
ao PT e à Dilma Rousseff.
Geraldo Julio não vocaliza todos esses
prazos, mas dá a entender que agora o partido ficará apenas na retórica, sem
tomar decisões concretas.
"É porque eu não colocaria a coisa como
se já estivesse posta. A candidatura já existe ou está definido que ela vai
existir. Eu não colocaria as coisas assim", declara o prefeito do Recife
-que chega a sugerir na entrevista que deputados e senadores do seu partido
comentem um erro ao falar como se a candidatura de Campos já estivesse
definida.
FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA
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