Everaldo Martins Filho abre a caixa preta e
critica Jatene, Maia e Von
O médico e ex-titular da Secretaria Municipal
de Planejamento (Semplan), Everaldo Martins Filho (PT), em entrevista exclusiva
a “O Impacto” apontou os principais problemas de ordem administrativa ocorridos
nos primeiros 100 dias de governo, do atual prefeito Alexandre Von (PSDB).
Everaldo declarou que Von ainda não apresentou o seu “time de governo”. Ele
criticou também a postura do deputado Lira Maia com relação ao governo de Maria
do Carmo. Everaldo afirmou que Von quer “transformar Santarém em Paragominas”,
onde segundo ele, o ex-Prefeito e o atual gestor não se entendem com a Câmara
de Vereadores. Sobre as obras que ficaram pendentes do último governo, Everaldo
destacou que cabe a Von finalizá-las. Acompanhe a entrevista:
Jornal O Impacto: Sobre as declarações do
ex-prefeito Lira Maia, com relação a algumas obras que não foram concluídas na
gestão da ex-prefeita Maria do Carmo, onde Maia pede ao prefeito Alexandre Von
que denuncie, o que o senhor tem a dizer?
Everaldo Martins: As obras que ficaram
pendentes, como as do PAC e do Terminal Hidroviário, tenho certeza que serão
concluídas. O motivo delas ainda não terem sido finalizadas foi a falta de
recursos financeiros, que infelizmente não vieram numa seqüência, mas que agora
vão continuar vindo, porque não tem nenhum impedimento que elas continuem sendo
liberadas. Agora, tem duas coisas aqui: Primeiro, um dos recursos na ordem de
R$ 10 milhões que foi utilizado para a recuperação e pavimentação de avenidas,
como a Mendonça Furtado, Borges Leal e outras, era com a interveniência do
Estado. O governador Simão Jatene prendeu (travou) esses recursos no primeiro
semestre do ano passado e só liberou a última parcela que pagamos no governo da
ex-prefeita Maria do Carmo, no mês de dezembro. Isso ele fez só para as obras
não fossem concluídas no governo da prefeita Maria do Carmo. Então, a primeira
coisa que o governo do Estado fez foi prender o dinheiro que era do Governo
Federal, para a Prefeitura de Santarém. Não tinha nem contrapartida do Estado.
A contrapartida era da própria Prefeitura, mas infelizmente o governador Jatene
reteu o dinheiro.
Jornal O Impacto: Qual o segundo problema de
ordem administrativa do Governo Maria do Carmo?
Everaldo Martins: A segunda coisa que eu
quero dizer é que quando nós pegamos o Governo Municipal em 2005, depois que
Lira Maia tinha terminado sua gestão em 2004, um pedaço de orla que ele fez
custou no ano 2000, cerca de R$ 11 milhões, em torno de 500 a 600 metros do
cais. Nós fizemos em torno de 300 metros, a segunda etapa da orla, oito anos
depois e custou R$ 4 milhões. Então, isso é que ele tem que dar satisfação para
a população de Santarém. Como é que um pedaço de orla custou R$ 11 milhões no
ano 2000 e 300 metros de orla custou oito anos depois R$ 4 milhões? Está lá a
segunda etapa da orla feita, assim como está a primeira.
Jornal O Impacto: O Governo Maia deixou a
obra do viaduto inacabada?
Everaldo Martins: O viaduto que ele deixou
inacabado em 2004, nós não pedimos prestação de contas extraordinária junto ao
DNIT, como fomos orientados, porque também tinha suspeita de fraude na obra.
Não fizemos isso porque a obra não ia ser concluída e não nos interessava paralisar
os serviços no viaduto, que custou em torno de R$ 6 milhões. Quase R$ 3 milhões
foram liberados no governo do Lira Maia e, quem tem memória se lembra como o
viaduto estava no final de 2004. Os outros poucos mais de R$ 3 milhões foram
liberados no governo da ex-prefeita Maria do Carmo, que concluiu a obra,
inclusive, com a duplicação do primeiro quilômetro da rodovia Fernando Guilhon,
o qual está sendo continuado agora e, eu espero que o prefeito Alexandre
termine.
Jornal O Impacto: Além do viaduto, outras
obras ficaram por terminar na gestão de Lira Maia?
Everaldo Martins: Obras que eventualmente
ficaram por terminar no governo do ex-prefeito Lira Maia, como a segunda etapa
da orla e do viaduto for concluída no governo da ex-prefeita Maria do Carmo,
desde que não foi feita a tomada de conta extraordinária. Agora, o que está
acontecendo e, que está sendo continuado o asfalto da Mendonça Furtado, um
pedaço da Cuiabá, da Borges Leal, da Marechal Rondon, que são todos recursos
deixados por nosso governo, com recursos do Governo Federal, alguns até com
recursos do Governo Estadual. A obra da Gonçalves Dias, se for continuar, não é
recurso do governo do Estado é sim da Prefeitura. Agora, se o governador Jatene
liberar um aditivo para o Alexandre vai dar para concluir a Gonçalves Dias.
Jornal O Impacto: O atual Prefeito deve
continuar as obras pendentes do Governo Maria?
Everaldo Martins: É preciso que o atual
Prefeito continue as obras. A Interpraias, que é um projeto do ex-prefeito Lira
Maia, o nosso governo atravessou um projeto em torno de R$ 35 milhões para
terraplenagem. A gente espera que agora o prefeito Alexandre Von conclua a
Interpraias, inclusive asfaltando na medida do possível. Eu acho que o tempo
institucional e dos recursos financeiros, dos impactos ambientais, isso tudo
deve ser levado em consideração, principalmente num País como o nosso que quer
que fortaleça a Democracia e principalmente que os recursos sejam utilizados
com transparência.
Jornal O Impacto: Muitos vereadores dizem que
estão chateados com a nova administração por não existir diálogo entre a
Prefeitura e Câmara. Com a experiência que o senhor teve no governo municipal,
o que falta para a Prefeitura e a Câmara caminharem no mesmo sentido?
Everaldo Martins: Sobre a relação com a
Câmara de Vereadores, eu acho que o Prefeito deve se pronunciar com cada um dos
parlamentares. No nosso governo e até onde sei, os outros prefeitos fizeram a
mesma coisa, você precisa dar governabilidade no Município. O Prefeito precisa
ter uma relação com o Poder Legislativo, que faz parte do governo municipal
junto com o Poder Executivo e precisa ter uma relação que permita essa
governabilidade. O primeiro presidente da Câmara quando a Maria do Carmo foi
Prefeita, foi a vereadora Beth Lima, que foi eleita pela oposição. Nós tratamos
de ter uma relação com ela o mais civilizado e republicano possível e, que
fosse garantir para a Prefeitura a governabilidade. Eu acho que é isso que
falta acontecer. O prefeito Alexandre Von está querendo transformar Santarém em
Paragominas. Lá o ex-prefeito de Paragominas, bem como o atual se relacionam
mal com a Câmara de Vereadores. É um desprezo que existe lá com o Poder
Legislativo, porque o Prefeito dela acha que a população também despreza o
Poder Legislativo. Temos certeza que aqui em Santarém é diferente.
Jornal O Impacto: Quais os principais
problemas dos primeiros meses do Governo Von?
Everaldo Martins: Acho que o principal
problema dos 100 dias do atual Prefeito, é que infelizmente, ele ainda não
disse quem é o time dele. O deputado Lira Maia é mesmo do time dele? Cadê os
secretários do time do Lira Maia? O deputado Nélio Aguiar e Alexandre Von
ficaram de braços dados durante a campanha. Onde é que está a turma do Nélio?
Será que é desprezível? Os 11 vereadores que se elegeram com o Alexandre, são
desprezíveis agora depois que ele ganhou a eleição? Então, dessa forma ele não
tem um time. O governador Simão Jatene ainda não veio em Santarém em 90 dias de
governo do Von. Tudo bem que ele adoeceu, mas Graças a Deus melhorou, porém,
ele não veio aqui. Cadê o Estádio, que ia ser feito com o alinhamento entre Von
e Jatene, sendo o principal dentro do governo? Vou citar primeiro o exemplo do
ex-prefeito Lira Maia: Ele governava junto com o próprio Alexandre (Secretaria
de Planejamento), com o ex-coordenador de desenvolvimento urbano, Roberto
Branco; o Jaci Barros que era o secretário de agricultura. Mas, cadê a equipe
do prefeito Alexandre Von? Onde é que está? Com estes questionamentos, Everaldo
Martins Filho mostra como anda a administração do prefeito Alexandre Von.
Por: Manoel Cardoso
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