sexta-feira, 12 de abril de 2013

Jatene travou recursos federais para Santarém Everaldo Martins abre caixa preta e critica Jatene, Maia e Von


Everaldo Martins Filho abre a caixa preta e critica Jatene, Maia e Von

O médico e ex-titular da Secretaria Municipal de Planejamento (Semplan), Everaldo Martins Filho (PT), em entrevista exclusiva a “O Impacto” apontou os principais problemas de ordem administrativa ocorridos nos primeiros 100 dias de governo, do atual prefeito Alexandre Von (PSDB). Everaldo declarou que Von ainda não apresentou o seu “time de governo”. Ele criticou também a postura do deputado Lira Maia com relação ao governo de Maria do Carmo. Everaldo afirmou que Von quer “transformar Santarém em Paragominas”, onde segundo ele, o ex-Prefeito e o atual gestor não se entendem com a Câmara de Vereadores. Sobre as obras que ficaram pendentes do último governo, Everaldo destacou que cabe a Von finalizá-las. Acompanhe a entrevista:

Jornal O Impacto: Sobre as declarações do ex-prefeito Lira Maia, com relação a algumas obras que não foram concluídas na gestão da ex-prefeita Maria do Carmo, onde Maia pede ao prefeito Alexandre Von que denuncie, o que o senhor tem a dizer?

Everaldo Martins: As obras que ficaram pendentes, como as do PAC e do Terminal Hidroviário, tenho certeza que serão concluídas. O motivo delas ainda não terem sido finalizadas foi a falta de recursos financeiros, que infelizmente não vieram numa seqüência, mas que agora vão continuar vindo, porque não tem nenhum impedimento que elas continuem sendo liberadas. Agora, tem duas coisas aqui: Primeiro, um dos recursos na ordem de R$ 10 milhões que foi utilizado para a recuperação e pavimentação de avenidas, como a Mendonça Furtado, Borges Leal e outras, era com a interveniência do Estado. O governador Simão Jatene prendeu (travou) esses recursos no primeiro semestre do ano passado e só liberou a última parcela que pagamos no governo da ex-prefeita Maria do Carmo, no mês de dezembro. Isso ele fez só para as obras não fossem concluídas no governo da prefeita Maria do Carmo. Então, a primeira coisa que o governo do Estado fez foi prender o dinheiro que era do Governo Federal, para a Prefeitura de Santarém. Não tinha nem contrapartida do Estado. A contrapartida era da própria Prefeitura, mas infelizmente o governador Jatene reteu o dinheiro.

Jornal O Impacto: Qual o segundo problema de ordem administrativa do Governo Maria do Carmo?

Everaldo Martins: A segunda coisa que eu quero dizer é que quando nós pegamos o Governo Municipal em 2005, depois que Lira Maia tinha terminado sua gestão em 2004, um pedaço de orla que ele fez custou no ano 2000, cerca de R$ 11 milhões, em torno de 500 a 600 metros do cais. Nós fizemos em torno de 300 metros, a segunda etapa da orla, oito anos depois e custou R$ 4 milhões. Então, isso é que ele tem que dar satisfação para a população de Santarém. Como é que um pedaço de orla custou R$ 11 milhões no ano 2000 e 300 metros de orla custou oito anos depois R$ 4 milhões? Está lá a segunda etapa da orla feita, assim como está a primeira.

Jornal O Impacto: O Governo Maia deixou a obra do viaduto inacabada?

Everaldo Martins: O viaduto que ele deixou inacabado em 2004, nós não pedimos prestação de contas extraordinária junto ao DNIT, como fomos orientados, porque também tinha suspeita de fraude na obra. Não fizemos isso porque a obra não ia ser concluída e não nos interessava paralisar os serviços no viaduto, que custou em torno de R$ 6 milhões. Quase R$ 3 milhões foram liberados no governo do Lira Maia e, quem tem memória se lembra como o viaduto estava no final de 2004. Os outros poucos mais de R$ 3 milhões foram liberados no governo da ex-prefeita Maria do Carmo, que concluiu a obra, inclusive, com a duplicação do primeiro quilômetro da rodovia Fernando Guilhon, o qual está sendo continuado agora e, eu espero que o prefeito Alexandre termine.

Jornal O Impacto: Além do viaduto, outras obras ficaram por terminar na gestão de Lira Maia?

Everaldo Martins: Obras que eventualmente ficaram por terminar no governo do ex-prefeito Lira Maia, como a segunda etapa da orla e do viaduto for concluída no governo da ex-prefeita Maria do Carmo, desde que não foi feita a tomada de conta extraordinária. Agora, o que está acontecendo e, que está sendo continuado o asfalto da Mendonça Furtado, um pedaço da Cuiabá, da Borges Leal, da Marechal Rondon, que são todos recursos deixados por nosso governo, com recursos do Governo Federal, alguns até com recursos do Governo Estadual. A obra da Gonçalves Dias, se for continuar, não é recurso do governo do Estado é sim da Prefeitura. Agora, se o governador Jatene liberar um aditivo para o Alexandre vai dar para concluir a Gonçalves Dias.

Jornal O Impacto: O atual Prefeito deve continuar as obras pendentes do Governo Maria?

Everaldo Martins: É preciso que o atual Prefeito continue as obras. A Interpraias, que é um projeto do ex-prefeito Lira Maia, o nosso governo atravessou um projeto em torno de R$ 35 milhões para terraplenagem. A gente espera que agora o prefeito Alexandre Von conclua a Interpraias, inclusive asfaltando na medida do possível. Eu acho que o tempo institucional e dos recursos financeiros, dos impactos ambientais, isso tudo deve ser levado em consideração, principalmente num País como o nosso que quer que fortaleça a Democracia e principalmente que os recursos sejam utilizados com transparência.

Jornal O Impacto: Muitos vereadores dizem que estão chateados com a nova administração por não existir diálogo entre a Prefeitura e Câmara. Com a experiência que o senhor teve no governo municipal, o que falta para a Prefeitura e a Câmara caminharem no mesmo sentido?

Everaldo Martins: Sobre a relação com a Câmara de Vereadores, eu acho que o Prefeito deve se pronunciar com cada um dos parlamentares. No nosso governo e até onde sei, os outros prefeitos fizeram a mesma coisa, você precisa dar governabilidade no Município. O Prefeito precisa ter uma relação com o Poder Legislativo, que faz parte do governo municipal junto com o Poder Executivo e precisa ter uma relação que permita essa governabilidade. O primeiro presidente da Câmara quando a Maria do Carmo foi Prefeita, foi a vereadora Beth Lima, que foi eleita pela oposição. Nós tratamos de ter uma relação com ela o mais civilizado e republicano possível e, que fosse garantir para a Prefeitura a governabilidade. Eu acho que é isso que falta acontecer. O prefeito Alexandre Von está querendo transformar Santarém em Paragominas. Lá o ex-prefeito de Paragominas, bem como o atual se relacionam mal com a Câmara de Vereadores. É um desprezo que existe lá com o Poder Legislativo, porque o Prefeito dela acha que a população também despreza o Poder Legislativo. Temos certeza que aqui em Santarém é diferente.

Jornal O Impacto: Quais os principais problemas dos primeiros meses do Governo Von?

Everaldo Martins: Acho que o principal problema dos 100 dias do atual Prefeito, é que infelizmente, ele ainda não disse quem é o time dele. O deputado Lira Maia é mesmo do time dele? Cadê os secretários do time do Lira Maia? O deputado Nélio Aguiar e Alexandre Von ficaram de braços dados durante a campanha. Onde é que está a turma do Nélio? Será que é desprezível? Os 11 vereadores que se elegeram com o Alexandre, são desprezíveis agora depois que ele ganhou a eleição? Então, dessa forma ele não tem um time. O governador Simão Jatene ainda não veio em Santarém em 90 dias de governo do Von. Tudo bem que ele adoeceu, mas Graças a Deus melhorou, porém, ele não veio aqui. Cadê o Estádio, que ia ser feito com o alinhamento entre Von e Jatene, sendo o principal dentro do governo? Vou citar primeiro o exemplo do ex-prefeito Lira Maia: Ele governava junto com o próprio Alexandre (Secretaria de Planejamento), com o ex-coordenador de desenvolvimento urbano, Roberto Branco; o Jaci Barros que era o secretário de agricultura. Mas, cadê a equipe do prefeito Alexandre Von? Onde é que está? Com estes questionamentos, Everaldo Martins Filho mostra como anda a administração do prefeito Alexandre Von.

Por: Manoel Cardoso

Nenhum comentário:

Postar um comentário