O pastor evangélico Marcos Pereira da Silva,
líder da igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, foi preso pela...
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O pastor evangélico Marcos Pereira da Silva,
líder da igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, foi preso pela Polícia
Civil do Rio por volta das 22h de terça-feira (7), na Rodovia Presidente Dutra,
na altura de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Contra ele, havia dois
mandados de prisão preventiva pelo crime de estupro. As denúncias foram feitas
por fiéis de sua igreja, cuja sede fica em São João de Meriti.
No momento da prisão, o pastor estava em seu
carro, um Passat. Ele voltava para sua casa, um luxuoso apartamento em
Copacabana, na zona sul da capital. Segundo a polícia, o imóvel está no nome da
igreja e está avaliado em R$ 8 milhões. Os mandados foram decretados pelos
juízes Richard Fairclough, da 1ª Vara Criminal de São João de Meriti, e Ana
Helena Mota Lima, da 2ª Vara Criminal da mesma comarca, na última quinta-feira
(02).
Segundo o delegado Márcio Mendonça, da
Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), as investigações começaram há pouco mais
de um ano, a partir de acusações que o coordenador da ONG AfroReggae, José
Júnior, fez sobre o suposto envolvimento de Marcos Pereira com tráfico de
drogas e lavagem de dinheiro.
Ao longo das investigações, a polícia
descobriu que o pastor teria estuprado seis fiéis, entre elas três menores de
idade. Ele também realizaria orgias em seu apartamento em Copacabana. As
pessoas eram chamadas para cultos, mas Pereira as forçava a participar da orgia
para "serem purificadas", segundo o delegado. O policial disse ainda
que o pastor costumava agir com violência, e que obrigava mulheres a fazer sexo
com mulheres e homens a transar com homens. Uma das vítimas revelou que foi
estuprada dos 14 aos 22 anos. Uma segunda seria uma ex-mulher do pastor, com
quem foi casado até 1998.
A Polícia Civil ainda investiga o suposto
envolvimento do pastor em quatro homicídios, além de tráfico de drogas,
associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. Um dos assassinatos seria de
uma jovem que descobriu as orgias e teria tentado denunciá-lo. Um sobrinho de
Marcos Pereira também estaria envolvido neste assassinato.O pastor não possui
formação em Teologia. Por isso, será encaminhado nesta quarta-feira (08) à uma
prisão comum no Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste.
Apoio de fiéis
Após a prisão do pastor, cerca de 30 fiéis da
igreja de Marcos Pereira fizeram plantão em frente à sede da DCOD, no Andaraí,
na zona norte. Mulheres e crianças trajavam vestidos longos, que cobrem o corpo
do pescoço aos pés. O traje é comum entre fiéis da Assembleia de Deus dos
Últimos Dias. Entre os fiéis, estava o ex- pagodeiro Waguinho, que é
missionário da Assembleia de Deus dos Últimos Dias há nove anos. Ao sair da
delegacia, Waguinho criticou a ação da polícia e as denúncias de José Júnior. O
ex-pagodeiro concorreu à Prefeitura de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, nas
eleições do ano passado, mas não passou para o segundo turno.
Pelo twitter, o coordenador do AfroReggae
comemorou a prisão do pastor: "Quero agradecer a nova gestão da DCOD pelo
excepcional trabalho nessa prisão. Dr. Marcio Mendonça num curto espaço de
tempo arrebentou!".
Estranho perfil
Marcos Pereira ganhou notoriedade por
conseguir convencer criminosos a pôr fim a rebeliões em presídios. Ele chegou a
trabalhar junto com a ONG AfroReggae, que se dedica a recuperar moradores de
favelas que tiveram envolvimento com o tráfico de drogas. A parceria terminou
em fevereiro de 2012, quando José Júnior, em entrevista ao jornal
"Extra", acusou o pastor de ter ordenado os ataques realizados por
traficantes contra policiais do Rio, em 2006 e 2010. Pereira negou as acusações
e processou Júnior por calúnia e difamação, mas o processo foi extinto pela
Justiça.
Atualizado: 08/05/2013 09:49 | Por RIO DE
JANEIRO, estadao.com.br
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