sexta-feira, 18 de junho de 2010

Chefe da BP nega responsabilidade direta no acidente no golfo do MéxicoANDREA MURTA DE WASHINGTON

O executivo chefe da BP, Tony Hayward, procurou afastar sua responsabilidade direta no acidente com a plataforma no golfo do México em testemunho à Câmara dos Representantes (deputados) dos EUA ontem.

"Não estive envolvido no processo decisório" de construção do poço, afirmou repetidas vezes. "Houve discussões entre engenheiros sobre escolhas na construção, e decisões de engenharia foram tomadas.

Enfrentando um interrogatório duro por parte dos deputados, ele afirmou que as investigações até agora identificaram sete áreas com problemas, entre elas o uso do cimento e controle do poço perfurado.

Mas disse vezes sem conta que "não fará julgamentos sobre o que aconteceu até que a investigação esteja concluída."

De posse de e-mails trocados entre funcionários da empresa e outros documentos, os deputados disseram ter verificado que as decisões foram baseadas em pressa e desejo de economizar.

Para Hayward, porém, as escolhas foram tomadas pensando "na integridade da plataforma a longo prazo".

Pressionado, que "se sente muito responsável" e que é preciso "determinar exatamente o que aconteceu".

Mas reiterou que "simplesmente não estava envolvido no processo decisório". "Eu vi os documentos, [mas] não tirei conclusões."

Os deputados levantaram o tom. "Estou simplesmente espantando por esse testemunho", disse o democrata Henry Waxman (Califórnia). "O senhor não está assumindo responsabilidade, está jogando para outros."

Hayward basicamente evitou a maior parte das perguntas sobre o que deputado veem como "atalhos" tomados para economizar na instalação da plataforma.

Bart Stupak (democrata de Michigan), que presidiu a audiência da subcomissão de Supervisão e Investigação, perguntou se o executivo achava que empresas com histórico ruim de segurança deveriam ser banidas dos EUA.

"Nos três anos em que fui CEO, tentei melhorar ao máximo o histórico da BP,e é por isso que estou tão devastado com tudo isso", respondeu. "Já começamos a mudar a cultura da empresa. Não estou negando que há muito o que fazer, mas investimos muito, mudamos significativamente processos de gerenciamento de operações e tornamos operações seguras o centro da empresa."

"Não quero saber se você está abalado, quer saber se cumpriu seus compromissos com a segurança", disse Waxman, que ainda perguntou se ele esperava continuar CEO por muito mais tempo.

"No momento estou concentrado em reparar os danos do vazamento", disse Hayward.

Em relação a processos usados na plataforma que explodiu em 20 de abril que são feitos em menos de 10% dos poços no mundo, Hayward disse que eles não são "incomuns" e que a BP fura centenas de poços.

"Eu sei, senhor. É exatamente por isso que estou preocupado", disse o republicano Michael Burgess (Texas).

Fonte> Folha.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário