segunda-feira, 21 de junho de 2010

Juan Manuel Santos vence as eleições na Colômbia

Candidato governista teve 68,9% dos votos neste domingo (20).
Ex-ministro da Defesa bate Antanas Mockus, prefeito de Bogotá.

Juan Manuel dos Santos, candidato governista
vencedor das eleições presidenciais na Colômbia
(Foto: AFP)Juan Manuel Santos, candidato governista à presidência da Colômbia, venceu as eleições locais realizadas neste domingo (20). Ele recebeu 68,9% dos votos segundo a agência EFE e derrotou Antanas Mockus, candidato de oposição e prefeito da capital Bogotá, que ficou com 27,5% dos votos.

Em um pleito com 55% de abstenção, Mockus, candidato do Partido Verde colombiano, venceu apenas em um dos 32 departamentos do país, em Putumayo.

O recém-eleito Santos é o candidato indicado pelo presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, que tem aprovação de 70% da população do país andino. No início da noite Mockus reconheceu a derrota e desejou boa sorte a Santos. "Eu desejo a Santos todo o sucesso como líder para o bem da nossa querida nação", declarou.

"Uma vez mais agradeço a Deus, à Colômbia, obrigada pela confiança que 9 milhões de colombianos depositaram em nós", disse Santos em um discurso diante de milhares de seguidores que durante horas esperavam no El Campín, de Bogotá. Ele afirmou que foi "a maior votação jamais obtida na Colômbia", de mais de 9 milhões de votos (69%).

Santos, do Partido Social da Unidade Nacional, reconheceu seu rival, o independente Antanas Mockus, do Partido Verde, e agradeceu o presidente Alvaro Uribe, a quem qualificou como "um dos melhores presidentes da Colômbia".

"O professor Mockus foi um rival à altura, que pôs a Colômbia para pensar no valor da vida, da transparência e da legalidade", disse.

A Colômbia começou a votação às 8h locais (10h de Brasília). Ela ocorria com tranquilidade, sem incidentes graves, segundo o ministro do Interior, Fabio Valencia. No mais grave, uma explosão matou sete policiais no departamento de Norte de Santander, próximo à fronteira com a Venezuela. Quatro militares morreram em outros incidentes.

Quase 30 milhões de colombianos escolhem o sucessor de Uribe em uma votação na qual o favorito é seu herdeiro político, o ex-ministro da Defesa Santos.

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Veja fotos do dia de votação
Aos 58 anos, Santos por pouco não venceu no primeiro turno, em 30 de maio, quando recebeu 46,6% dos votos. Seu concorrente é ex-prefeito de Bogotá (1995-97 e 2001-04). Mockus, também com 58 anos, do Partido Verde, obteve 21,5% dos votos.


Menino acompanha mãe em Medellín. (Foto: AFP)Segundo a última pesquisa anterior ao segundo turno, do instituto Invamer Gallup, Santos ganharia com 65,1% dos votos, contra 28% de Mockus.

Santos, que foi três vezes ministro (Comércio, Tesouro e Defesa) e se formou em Harvard, fez uma campanha profissional e organizada. Prometeu proteger a herança do atual presidente, cuja taxa de popularidade segue rondando os 70% graças a sua política de firmeza contra a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Além disso, como ministro da Defesa (2006-2009), ele participou de momentos históricos para os colombianos, como o ataque contra um acampamento das Farc no Equador, em março de 2009, no qual morreu Raúl Reyes, número dois da guerrilha, e o resgate de 15 reféns, entre eles a franco-colombiana Ingrid Betancourt, durante a “Operação Xeque”, no dia 2 de julho de 2008.

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Famílias recebem 4 militares soltos de cativeiro das Farc na ColômbiaColômbia resgata general e coronel sequestrados pelas Farc há 12 anosDo outro lado, Mockus tem estado na defensiva. Esquecendo-se de seu programa, atacou o adversário e vinculou-se a uma imagem agressiva, apesar de evocar reais perigos da coalizão de direita a que Santos pertence, como a corrupção ou às milhares de execuções extrajudiciais atribuídas ao Exército.


Mockus e Santos durante debate na semana passada. (Foto: AFP)Lei seca, restrição de armas e fronteiras fechadas
O governo colombiano lembrou que, para garantir a normalidade durantes as eleições, serão tomadas medidas de segurança como a proibição da venda de bebidas alcoólicas, a “lei seca”, a restrição da posse de armas e o fechamento das fronteiras terrestres durante este domingo.

O ministro do Interior e de Justiça, Fabio Valencia, assim como diversas autoridades eleitorais, assinalaram que essas medidas buscam garantir o desenvolvimento normal do pleito.

A lei seca e a proibição de posse de armas estão em vigor desde 20h deste sábado (19) e valem até às 8h de segunda-feira (21).

O fechamento das fronteiras terrestres começa às 6h (Brasília) deste domingo e segue por 12 horas, até o fechamento das votações. A Colômbia tem fronteiras terrestres com a Venezuela, Equador e Peru, embora também faça fronteira com o Brasil e o Panamá em territórios de selva.

O governo colocou um total de 72.725 mesas de votação na Colômbia e em 60 países onde os colombianos que residem no exterior podem votar.

A segurança das eleições será feita por 350 mil homens das Forças Armadas e da polícia.

(*) Com informações das agências de notícias Efe, France Presse e Reuters


Do G1, com agências internacionais

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