terça-feira, 15 de junho de 2010

PADRE ACUSA SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE DE OMISSÃO

A contaminação dos igarapés do Urumari e Irurá por empresas madeireiras e construção de casas nas proximidades dos mananciais, continua gerando críticas em Santarém. Na última terça-feira, 08, uma sessão especial na Câmara Municipal discutiu a criação do Conselho Municipal de Meio Ambiente. Participaram da sessão, representantes dos poderes Legislativo e Executivo, além do membro da Frente em Defesa da Amazônia (FDA), padre Edilberto Sena e componentes da Sociedade Civil Organizada.

Segundo padre Edilberto Sena (foto), a proposta é que o Conselho Municipal de Meio Ambiente tenha poder deliberativo e não apenas consultivo, para que possa atuar como um órgão fiscalizador e propositor de políticas públicas, no sentido de completar o trabalho da Prefeitura Municipal e da Câmara de Vereadores. Sena critica que as secretarias Municipal e Estadual de Meio Ambiente se consolidam, como lenta e sem rumo, para resolver questões ambientais em Santarém, como o caso dos igarapés do Irurá e Urumari, o que para ele, aparenta omissão nas fiscalizações da contaminação nos mananciais.

“A proposta é que o Conselho tenha poder deliberativo e, que tenha a maior parte dos membros da Sociedade Civil Organizada, para que posa dar andamento, porque a Sema e a Semma estão muito lentas”, desabafa o ambientalista.

Para Edilberto Sena as duas secretarias dão a impressão de que não têm vontade política de zelar pelo meio ambiente no Oeste do Pará e, que por isso estão empregadas apenas em algumas burocracias e, não enfrentando problemas ambientais, como a implantação de serrarias, olarias e granjas com matança de frangos, na zona urbana do Município.

Ele explica que existem órgão, que são supostamente encarregados de fiscalizar ações contra o meio ambiente, como o Ibama e as secretarias de meio ambiente, mas que na sua opinião deixam a desejar no sentido de fiscalizações.

“Existem movimentos sociais que estão em defesa da natureza, como os grupos do Urumari e Mapiri, a Frente em Defesa da Amazônia (FDA), mas o que é urgente é a criação do Conselho Municipal de Meio Ambiente”, ressalta o religioso, lembrando que recentemente foram criadas novas regras do Estado transferindo para o Município uma série de responsabilidades ambientais.

“Precisa de alguém para fiscalizar, por isso estamos propondo que se crie urgentemente o Conselho Municipal de Meio Ambiente, com o poder deliberativo”, finalizou.

FÓRUM – Em novembro próximo acontece o Fórum Social, em Santarém. A estimativa da FDA é que cerca de oito mil pessoas de vários países participem do evento. Para o padre Edilberto Sena, Santarém é uma cidade de porte médio e badalada com vários atrativos, como a praia de Alter do Chão e o encontro das águas dos rios Tapajós e Amazonas, mas que faltam opções políticas de tomar decisões, para que possa afastar aquilo que prejudica a convivência humana.

“Vão ver a cidade e encontrar a degradação ambiental, por falta de opção política”, criticou.


Por: Manoel Cardoso
Fonte: O Impacto

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