Novo
Progresso (04/09/2012) — Seis madeireiras envolvidas em esquemas de
regularização de madeira ilegal foram embargadas e multadas em mais de R$ 3
milhões, durante a operação Labareda, realizada há 22 dias pelo Ibama na região
de Novo Progresso, no oeste do Pará.
Durante as
fiscalizações, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente do Pará (Sema) e
apoio da Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar do Pará e Força Nacional,
cerca de cinco mil m³ de madeira em tora (250 caminhões cheios) e 1,8 mil m³ de
madeira serrada (50 caminhões) foram apreendidos.Às margens da BR-163
(Cuiabá-Santarém), perto da fronteira com o Mato Grosso, funcionava uma das
maiores madeireiras envolvidas nas fraudes. Ao chegar ao local, o Ibama e a
Sema encontraram o pátio lotado com pilhas de madeira sem origem legal.”Eram
árvores que foram exploradas nas unidades de conservação, terras indígenas e
desmatamentos irregulares”, explica o chefe da Fiscalização da Sema, Cristiano
Rocha. “A empresa aguardava apenas as guias florestais fraudadas, que viriam de
Goianésia, Itaituba e Pacajá, para esquentar o produto florestal, e colocar no
mercado como se fosse de plano de manejo sustentável”, diz o coordenador da
operação Labareda, o analista ambiental do Ibama Paulo Maués.
Investigação
— De janeiro a agosto deste ano, as seis empresas autuadas comercializaram
cerca de 50 mil m³ de madeira, boa parte de forma suspeita. Um volume superior
ao de todas as outras 45 madeireiras instaladas em Novo Progresso, que movimentaram
juntas menos de 40 mil m³ no mesmo período. Investigadas pelo Ibama desde o
início da operação, elas realizaram diversas transações consideradas
fraudulentas, entre elas forjar a compra de madeira em Breves ou em Tailândia,
distantes mais de 1,5 mil km de Novo Progresso, o que torna o negócio
antieconômico.
Para o
Ibama, o fim do esquema vai contribuir para a redução dos desmates na região,
que cresceram no ranking nos últimos meses (leia mais aqui). “Sem madeireiras
como estas para esquentar madeira, diminui-se a pressão sobre as florestas
públicas e os desmatamentos. Em parte, também a derrubada de florestas são
financiadas por elas”, afirma Paulo Maués.
Mais da
metade dos desmatamentos no Pará em 2012 está concentrada na região de Novo
Progresso, que inclui também parte do sul de Altamira e Itaituba. Segundo o
Ibama, a operação Labareda permanecerá no município até que todos os desmates
sejam interrompidos, autuados e embargados, e os índices de desflorestamento
voltem à normalidade.
Nelson Feitosa
Jornalista e Analista Ambiental
Assessor de Comunicação do Ibama no Pará
Tel. (91) 3210-4710 / 3210-4700
Cel. (91) 9200-9171 / (94) 8159-1994
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