domingo, 2 de maio de 2010

Marcha da Maconha reúne 1.500 pessoas no Rio

Cerca de 1.500 pessoas, segundo a Polícia Militar, participaram da Marcha da Maconha, realizada na tarde deste sábado (1°) na orla da Zona Sul do Rio. Para os organizadores, no entanto, o evento reuniu de três a quatro mil pessoas. Embalados pelo som da banda Vegetal, os manifestantes cantaram e gritaram palavras de ordem, pedindo a legalização do consumo e do plantio individual da planta.

No final da marcha, no Arpoador, os manifestantes acenderam velas para lembrar as vítimas da guerra do tráfico de drogas. Segundo o organizador do evento, Ricardo Cinco, se o uso da droga fosse legalizado e descriminalizado, não haveria tanta morte a se lamentar na cidade.

A marcha, que saiu do Jardim de Alah, no Leblon, começou com cerca de 300 pessoas e 45 minutos de atraso. Os organizadores tiveram dificuldade para liberar o uso do carro de som. Depois de resolvido o problema, os manifestantes, a maioria jovens, saíram pela orla, com

faixas, cartazes e até máscaras com o rosto de ídolos, como Bob Marley, Marcelo D2, Gilberto Gil, Che Guevara e Chico Buarque.

Como em todos os anos, o ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, marcou presença defendendo uma política menos hipócrita no que se refere às leis contra as drogas.



Cartaz polêmico



Com um cartaz onde se lia "Jesus usava maconha", o universitário Diego Mello, de 21 anos, defendia o uso recreativo e terapêutico da droga, acrescentando que Jesus promovia a cura banhando os doentes em óleo de cânhamo. Diego, que tem de fazer acompanhamento pelo Narcóticos Anônimos desde o ano passado, quando foi detido fumando maconha - diz que existe uma vasta literatura estrangeira que prova isso.

"Fui preso, mas não abandono minhas convicções. Acho que se a maconha fosse liberada viveríamos num mundo muito menos violento e muito melhor. Seguirei lutando sempre”, disse o estudante.

Os irmãos Hélio Xavier, de 79 anos, e Helena, 80 anos, moradores da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, fizeram questão de participar da marcha. Com uma hérnia de disco, Helena disse que caminharia o quanto aguentasse.

“Venho aqui defender a legalização, para acabar com essa hipocrisia, com essa violência”, disse Helena.

Hélio, professor aposentado da rede pública em Brasília, conta que, na década de 50, já defendia a descriminalização da droga.

“Continuo coerente e consciente até hoje, defendendo meus pontos de vista”, disse o aposentado, que afirma que vai marchar com os jovens até que a droga seja descriminalizada.

O único incidente registrado durante a marcha ficou por conta de um rapaz, que, flagrado ao pichar um poste e um banco com o desenho da planta, foi detido pela PM.

(Informações do G1)

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