sábado, 13 de novembro de 2010

Promotor quer novo teste ‘alfabetização’ para Tiririca.

O caso Tiririca, uma das muitas novelas que permeiam o noticiário, está longe de chegar a um epílogo.

Nesta sexta (12), o promotor Maurício Antonio Ribeiro Lopes, autor da ação que alimenta o roteiro, esboçou as cenas dos próximos capítulos.

Disse que prepara um mandado de segurança. Vai requerer ao TRE-SP que seja refeito o teste de alfabetização de Tiririca.

Não se deu por satisfeito com o exame realizado na véspera. Soou na contramão do presidente do desembargador Walter de Almeida Guilherme.

Presidente do TRE-SP, Walter Guilherme dissera que Tiririca atravessara a contento um ditado e uma prova de leitura.

"Não se constatou nada que pudesse indeferir o registro de sua candidatura. Por isso, o seu registro foi considerado legítimo", afirmara o desembargador.

Segundo ele, Tiririca, enviado à Câmara pelos votos de 1,3 milhão de eleitores paulistas, será diplomado em 17 de dezembro.

De acordo com o promotor Maurício Lopes, o grau de acerto de Tiririca foi inferior a 30%. Considerou o teste “insatisfatório”.

Também a assessoria de imprensa do tribunal como que desdisse o presidente. Informou que ainda não é possível dizer que Tiririca foi "aprovado".

Alega-se que a decisão caberá ao juiz eleitoral Aloísio Silveira, responsável pelo caso. Pela lei, brasileiros analfabetos podem votar, mas não têm o direito de ser votados. Daí a celeuma.

A encrenca nasceu de uma declaração manuscrita que Tiririca encaminhara à Justiça Eleitoral para atestar sua capacidade de ler e escrever.

Trata-se de documento exigido de todos os candidatos. O promotor Maurício Lopes enxerga no documento uma fraude. E acusa o palhaço de falsidade ideológica.

Na audiência em que se redigiu o ditado e leu um par de manchetes de jornal, Tiririca recusou-se a prover material grafotécnico para a perícia da declaração original.

Direito dele, dissera o desembargador Walter Guilherme. Pela Constituição, ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo.

Se prevalecer sobre os doutores que tentam cassar-lhe o mandato recém-adquirido, Tiririca vai à Câmara como candidato a herói.

Sua chegada a Brasilia coincidirá com a saída de Lula. A bugrada estará à de herói. E o posto estará vago, a menos que Dilma Rousseff surpreenda ou nomeia algum ministro improvável.

Ainda não se sabe quais são as convicções políticas e o grau de alfabetização moral de Tiririca. Porém, talvez seja melhor deixá-lo tiriricar na Câmara.

Mantida a cruzada dos doutores, o neodeputado ainda acaba virando candidato à sucessão de 2014. Slogan ele já tem: Pior do que tá, não fica!


Escrito por Josias de Souza

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