O candidato do PMDB à Prefeitura de São
Paulo, Gabriel Chalita, disse nesta terça-feira (14) durante a sabatina
Folha/UOL que é o único candidato que pode acabar com a polarização entre
PT-PSDB na cidade. Ele também afirmou que a cidade está dominada por máfias e
criticou a gestão do atual prefeito, Gilberto Kassab (PSD).
Chalita declarou que, entre os candidatos, só
ele terá condições de unir na cidade o apoio do governo federal da presidente
Dilma Rousseff (PT) com o do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
"Eu sou amigo dela. Eu ajudei a Dilma na
campanha presidencial. Eu tenho uma ótima relação com ela e eu terei condições
de trabalhar com os dois, com o Alckmin e com a Dilma. Aliás, só eu tenho essa
condição de unir os dois", disse Chalita, que é do mesmo partido do
vice-presidente, Michel Temer, e amigo e ex-secretário de Alckmin. Segundo o
candidato, a cidade "perde muito com a briga entre PT e PSDB".
Ver em tamanho maior
Gabriel Chalita (PMDB) abre rodada de
sabatinas Folha/UOL
Foto 2 de 15 - 14.ago.2012 - Logo no início
do debate, Chalita afirma que a cidade de São Paulo é dominada por máfias e que
a tecnologia é importante para combatê-la. Em 2008, Chalita foi o vereador mais
votado do Brasil, com 102 mil e 48 votos, pelo PSDB. Em 2010, foi eleito
deputado federal pelo PSB, com a segunda maior votação do Estado Leonardo
Soares/UOL
Ao ser questionado sobre sua amizade com
Alckmin e se ao governar falava mal do candidato do PSDB, José Serra, Chalita
criticou seu adversário. "Alckmin não é dissimulado, não é duas caras. O
Alckmin não vai fazer com Serra o que Serra fez com ele. Alckmin vai
apoiá-lo", disse Chalita.
Chalita diz que "faltou presença" de Kassab na administração
Com
patrimônio de R$ 11,5 milhões, Chalita diz que enriqueceu com herança e venda
de livros
Chalita diz querer filme de Woody Allen em SP
Chalita defende descentralizar inspeção veicular
Chalita diz que eleitor quer discutir problemas da cidade
Chalita diz que, se eleito, primeira medida seria organizar 'bagunça'
O candidato se referia às eleições para
prefeito em 2008. Na ocasião, Serra era governador e apoiou a reeleição de
Kassab mesmo com Alckmin concorrendo por seu partido.
Máfias em São Paulo
Chalita disse ainda que a cidade está
dominada por máfias, mas disse que a máfia "não está na prefeitura".
"Tem que peitar as máfias no começo, senão não peita mais. São máfias
mesmo que estão aí. A imprensa mostra isso o tempo todo. Qual é o caminho que eu
vejo para isso? O mais eficiente para isso é a tecnologia. Quanto mais objetivo
você é quando sistematiza a administração da prefeitura pela internet você
dificulta muito a corrupção."
O candidato também aproveitou a sabatina para
atacar o atual prefeito, Gilberto Kassab (PSD), e disse que hoje há na
prefeitura "uma bagunça administrativa muito grande". "Precisa
reduzir o número de secretarias, criar o conceito de governo eletrônico. Nós
temos hoje uma dificuldade muito grande de receber um bom serviço da Prefeitura
de São Paulo", disse.
Para Chalita, "faltou presença" ao
prefeito Kassab. "Faltou presença, o prefeito tem que ser presente, a
cidade é muito complexa. Quanto mais o prefeito tem foco na cidade e está
presente na cidade, maior condição terá de resolver os problemas. Na minha
opinião, ele foi um prefeito ausente. Na última escalada de violência o
prefeito estava em Belo Horizonte", disse Chalita ao ser questionado sobre
os pontos positivos e negativos da atual administração.
Veja a sabatina Folha/UOL com Chalita - 3
vídeos
Chalita afirma que São Paulo está dominada
por máfias
Chalita%20afirma%20que%20S%E3o%20Paulo%20est%E1%20dominada%20por%20m%E1fias
S%F3%20eu%20tenho%20condi%E7%F5es%20de%20unir%20Alckmin%20e%20Dilma%2C%20diz%20Chalita
Chalita%20defende%20que%20mais%20empresas%20fa%E7am%20a%20inspe%E7%E3o%20veicular
Riqueza vem de herança e livros, diz Chalita
Chalita também afirmou que seu patrimônio
saltou de R$ 700 mil, em 2000, para R$ 11,5 milhões, em 2012, devido à herança
que recebeu do seu pai e à venda de seus livros.
Datafolha: Intenção de voto em SP +
"Eu tenho herança, recebi herança do meu
pai. E vendi muitos livros, trabalho e dou aulas. Graças a Deus tive um pai que
começou pobre, como feirante, e morreu um homem rico", disse Chalita ao
ser questionado sobre o aumento de seu patrimônio.
Na declaração de bens que enviou ao TSE
(Tribunal Superior Eleitoral) no registro de sua candidatura para prefeito de
São Paulo, Chalita informou ter R$ 11,5 milhões.
O candidato, que é autor de mais de 60
títulos, afirma ter vendido mais de 10 milhões de livros. Questionado, então,
se havia vendido mais livros que J.K Rowling, autora da série "Harry
Potter", que vendeu cerca de 4 milhões de livros no Brasil, o candidato
respondeu: "Que bom, né?"
Financiar filme de Woody Allen seria
"dinheiro bem gasto"
O candidato do PMDB defendeu transformar São
Paulo em um polo de cinema. Ele disse que financiar um filme do diretor
norte-americano Woody Allen sobre a cidade, dando ao cineasta de R$ 20 milhões
a R$ 30 milhões, seria um "dinheiro bem gasto".
"A cidade precisa investir em
divulgação. O mundo conhece muito pouco de São Paulo", diz Chalita. A
pergunta foi feita pelo jornalista da Folha de S.Paulo Mario Cesar Carvalho
após Chalita citar o atual prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), que
disse esperar que o cineasta desista de fazer um filme em Buenos Aires e opte
pelo Rio.
Chalita, então, disse esperar que a decisão
demore para que ele possa fazer um convite para uma filmagem na capital
paulista. "São Paulo tem que ter uma visão mais ampla. O prefeito tem que
buscar alternativas", disse o candidato.
Kit gay, aborto e eutanásia
A discussão acerca das posições de Chalita
sobre os direitos dos homossexuais foi o momento mais tenso da sabatina.
Chalita afirmou que respeita a diversidade sexual, que fez projetos de educação
sexual nas escolas quando foi secretário estadual da Educação, mas que o “o kit
gay foi uma coisa de mau gosto”. “Não ajudava a estabelecer a formação das
crianças nas escolas”, disse.
O candidato, que afirma ser “cristão
convicto”, afirmou que é fundamental respeitar o Estado laico, mas que “o aborto
não é uma questão religiosa, mas jurídica. “Não existe direito sem direito à
vida. Sou contra a eutanásia, contra a pena de morte e contra o aborto.”
Sobre o aborto de fetos anencéfalos (sem
cérebro), que o STF (Supremo Tribunal Federal) considerou constitucional em
julgamento neste ano, Chalita disse concordar porque “o feto já nasce sem
vida”.
De acordo com a última pesquisa Ibope/Globo,
divulgada no dia 3 de agosto, Chalita ocupa o quinto lugar nas intenções de
voto (5%) e está tecnicamente empatado com os candidatos Paulinho da Força
(5%), do PDT, Fernando Haddad (6%), do PT, e Soninha Francine (7%), do PPS. A
liderança está com o candidato José Serra (PSDB), que tem 26% das intenções de
voto, seguido por Celso Russomanno (PRB), com 25%.
Quem é Chalita?
Chalita tem 43 anos e nasceu na cidade de
Cachoeira Paulista (SP). É formado em direito e em filosofia. Foi secretário
estadual da Educação em São Paulo de 2002 a 2006. Em 2008, foi o vereador mais votado de todo o
Brasil, com 102 mil e 48 votos, pelo PSDB, em
coligação com o PHS em São Paulo. Em 2010, foi eleito deputado federal
pelo PSB, Partido Socialista Brasileiro, com 560 mil e 22 votos, a segunda
maior votação no Estado de São Paulo. É também professor universitário e autor
de mais de 60 livros. Em maio de 2011, transferiu-se para o PMDB, partido pelo
qual se candidata a prefeito de São Paulo.
Sabatinas Folha/UOL
Chalita foi o primeiro entrevistado na série
de sabatinas com os candidatos a prefeito da cidade de São Paulo. Amanhã (15)
será a vez da candidata do PPS, Soninha Francine. No dia 22 de agosto, o
sabatinado será Celso Russomanno (PRB). As sabatinas com José Serra (PSDB) e
Fernando Haddad (PT) estão programadas para o início de setembro, mas ainda não
foram confirmadas.
Os eventos têm duração prevista de duas
horas, no Teatro Cultura Artística Itaim (av. Presidente Juscelino Kubitschek,
1.830, Itaim Bibi), e são transmitidos ao vivo pelo UOL.
Os candidatos são entrevistados por Denise
Chiarato, editora de "Cotidiano", Mario Cesar Carvalho, repórter
especial do jornal, Barbara Gancia, colunista da Folha, e Maurício Stycer,
repórter especial do UOL.
Os interessados podem sugerir perguntas pela
internet na página do UOL Notícias no Facebook ou pelo Twitter, com a hashtag
#SabatinaFolhaUOL.
Para participar da sabatina com Soninha devem
enviar nome completo, telefone e RG para o e-mail eventofolha@grupofolha.com.br
ou fazer a inscrição pelo telefone 0/xx/11/3224-3473, das 14h às 19h.
Do UOL, em São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário