0 Comentários.por Tiberio Alloggio
Numa época dominada pelo monopólio da mídia, que cultua a intermediação dos “formadores de opinião” nos processos político-eleitorais, é até natural que os analistas e colunistas do PIG (Partido da Imprensa Golpista) apontem como “populistas” o surgimento de lideranças populares fora de sua lógica de compreensão e de seu controle.
Segundo eles, as mudanças político-estruturais ocorridas nessa década na América do Sul seriam as consequências de um suposto “vírus populista” que se teria espalhado pelo continente latino-americano. E no Brasil, o vírus, teria assumido a forma do próprio presidente Lula.
Percebe-se que para os analistas do PIG, a liderança de Lula continua um enigma indecifrável. Sua compreensão (ainda hoje) é procurada dentro de paradigmas obsoletos, que além de não explicar a realidade demonstra uma visão limitada da realidade.
Seria muito mais simples e intelectualmente mais honesto, o colunismo midiático admitir que (apesar deles) Lula é simplesmente popular. Mas seria pedir demais a quem, abençoado pelo Espírito Santo se acha dono de todo o conhecimento, e considera o próprio Lula um “apedeuta” analfabeto.
O filosofo Antônio Gramsci deu uma definição de lideranças que explica muito bem uma figura carismática como Lula: líder não é aquele que “por dom divino” diz ao povo o que deve fazer. Para Gramsci, líder é aquele que é capaz de perceber os anseios e as necessidades do povo e por isso o “conduz”.
Lula é o líder brasileiro (e mundial) que como ninguém tem a capacidade de perceber os interlocutores. Ele sabe que a sociedade não é monolítica, mas diversificada, com visões e interesses contrapostos, e que os processos não ocorrem de forma linear, mas dialeticamente.
Fonte: Blog do Jeso Carneiro em Artigos
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