Por três meses, a promotora de vendas Mônica dos Santos
Lima, de 39 anos, sentiu que tinha algo preso na garganta, que a fazia
engasgar. Era um tumor nas amígdalas. As opções de tratamento incluíam
radioterapia e seus efeitos colaterais ou uma cirurgia radical.
Mônica não precisou de nada disso. Sentado no canto da sala,
o cirurgião Fernando Dias, chefe do Serviço de Cabeça e Pescoço do Instituto
Nacional de Câncer, retirou completamente o tumor sem tocar na paciente. Ele
controlou o Da Vinci SI, robô de cirurgia minimamente invasiva. Mônica se
tornou a primeira paciente a passar por cirurgia robótica no Sistema Único de
Saúde.
Esse tipo de operação é realidade no Brasil há quatro anos,
mas estava restrita a hospitais particulares de São Paulo (Hospital Alemão Oswaldo
Cruz, Albert Einstein, e Sírio-Libanês). O equipamento, desenvolvido nos
Estados Unidos, chegou ao Inca em fevereiro, ao custo de R$ 5 milhões, pagos
com recursos de investimento do Ministério da Saúde.
'A missão do Inca não é apenas adotar novas tecnologias, mas
desenvolver conhecimento para que a técnica possa ser ampliada aos pacientes do
SUS', afirma o diretor-geral do Inca, Luiz Antonio Santini.
O médico controla o robô a distância, numa cabine. Ele
manipula uma espécie de joystick e guia os quatro braços do robô.
No Inca, o aparelho será usado nas cirurgias de urologia,
aparelho digestivo, ginecologia e cabeça e pescoço. No futuro, serão feitas
cirurgias cardíacas. Santini ressalta que nem todos os pacientes podem se
beneficiar da técnica - os médicos prepararão protocolos. Os pacientes operados
são tratados com os mesmos cuidados daqueles que entram em protocolo de
pesquisa - são informados da nova tecnologia e podem se recusar a passar por
cirurgia com a ferramenta.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por AE, estadao.com.br, Atualizado: 18/3/2012 8:44
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