Em Cuba, Bento 16 ora por prisioneiros e será recebido por Raúl Castro.

O papa Bento 16 pediu nesta terça-feira para que a Virgem da Caridade do Cobre, padroeira de Cuba, ore "pelos necessitados que sofrem, pelos que estão privados da liberdade ou separados de seus entes queridos".

Ele visitou o Santuário da Virgem da Caridade do Cobre, seu último compromisso na cidade de Santiago antes ir para a capital de Cuba, Havana, onde terá um encontro ainda hoje com o ditador Raúl Castro, previsto para as 17h30 (19h30 de Brasília).

Osservatore Romano/Reuters.

         

Multidão acena enquanto Bento 16 passa pelas ruas de Santiago de Cuba; ele deve ser recebido por Raúl Castro.

Em uma breve mensagem a peregrinos, o papa recordou "os cubanos descendentes dos que chegaram aqui vindos da África, e a população vizinha do Haiti, que ainda sofre as consequências do terremoto de dois anos atrás".

Bento 16 ainda pediu "ânimo" aos cubanos para seguirem "edificando a vida sobre a rocha firme que é Jesus Cristo".

A viagem de Bento 16 à ilha ocorre no Ano Jubilar pelos 400 anos da descoberta da imagem de Nossa Senhora da Caridade, padroeira do país e um símbolo de fé e identidade para os cubanos de dentro e fora da ilha.

Pela agenda oficial, às 19h15 (21h15 de Brasília), o pontífice terá um encontro e jantar com os bispos cubanos e o séquito que o acompanha em sua viagem na Nunciatura Apostólica de Havana.

É possível que Bento 16 também se encontre com o ex-ditador Fidel Castro, de 85 anos, quem está afastado do poder desde 2006, apesar da reunião não constar na agenda oficial da visita.

A visita papal a Cuba coincide com uma nova estadia do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, na ilha, onde se submete a um tratamento de radioterapia contra o câncer, o que gerou especulações sobre a possibilidade de um encontro com o pontífice.

No entanto, o porta-voz vaticano, Federico Lombardi, reiterou ontem, em entrevista coletiva em Santiago de Cuba, que "não há nenhum pedido de audiência pessoal do presidente Chávez com o papa" e acrescentou que "se (Chávez) deseja ir à missa (da quarta-feira em Havana) pode fazê-lo como qualquer cidadão".

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