Três carcaças de cavalos que tiveram
resultado positivo em teste para fenilbutazona, um anti-inflamatório para
cavalos, que tornaria a carne imprópria para consumo, podem ter entrado em
alimentos para humanos na França, segundo o governo britânico.
O ministro do Meio Ambiente, David Heath,
disse à Câmara dos Comuns que oito cavalos de abatedouros britânicos testaram
positivamente para a droga, e três podem ter entrado na cadeia alimentar
francesa, mas já estão sendo tomadas medidas para retirar o alimento de
circulação.
Heath disse que lasanhas congeladas da marca
Findus tiveram resultado negativo para o medicamento. Em julho do ano passado,
o Comitê de Resíduos Veterinários (VRC, na sigla em inglês), que assessora o
governo, alertou repetidamente sobre a preocupação de que fenilbutazona poderia
estar entrando na cadeia alimentar.
O comitê informou que a preocupação era por
conta do potencial de efeitos seriamente adversos em consumidores.
Na França, a empresa Spanghero teria comprado
42 toneladas de carne de cavalo de um intermediário do Chipre, informou nesta
quinta-feira o jornal "Le Parisien" ao enfatizar a aparição desse
tipo de carne sem a etiqueta correspondente.
Guillaume Horcajuelo - 12.fev.2013/Efe
Fachada da empresa Spanghero, que pode ter
importado toneladas de carne de cavalo do Chipre
No entanto, os dados publicados pela imprensa
parisiense foram negados pela empresa, que rejeita ter adquirido esse tipo de
carne da cipriota Draap Trading, da qual o jornal chegou a publicar fotografias
de suas faturas.
Segundo o "Le Parisien", a
Spanghero adquiriu a carne, que era tida como bovina e usada em pratos
preparados, como lasanhas, em forma de "mineral", uma qualificação
que consiste em uma mistura de carne, gordura e colágeno em forma de carne
moída.
De acordo com a investigação das autoridades
francesas, cujos resultados preliminares foram adiantados na quarta-feira, a
carne de cavalo importada pela Spanghero vinha de um matadouro da Romênia.
A carne chegou "com tarifas anormalmente
baixas" que "deveriam ter sido alertados" a quem a comprava,
explicou o ministro francês do Consumo, Benoît Hamon.
Nesta quinta-feira, as autoridades francesas
devem revelar os resultados da investigação iniciada para apurar o que ocorreu,
já que os produtos elaborados com carne de cavalo mencionavam que se tratava de
pratos feitos com carne bovina.
Diante desse impasse, a França propôs a seus
parceiros europeus que imponham informações sobre a procedência da carne nos
rótulos dos pratos preparados, uma medida que evitaria escândalos como este.
Neste momento, as autoridades francesas
tentam precisar se houve negligência ou fraude neste caso, sobretudo para
descobrir em que momento a identificação da mercadoria foi alterada.
CONTROLE
A União Europeia anunciou na quarta-feira uma
campanha de testes de DNA em todos os Estados membros e uma coordenação das
investigações pela Europol, após uma reunião de crise em Bruxelas.
Autoridades alemãs condenaram a prática de
introduzir clandestinamente carne de cavalo em produtos vendidos em
supermercados alemães.
Seis empresas de alimentos congelados
suspeitas de utilizar carne de cavalo entre novembro de 2012 e janeiro deste
ano já são alvo de controle na Alemanha.
A Comissão Europeia pediu nesta quarta-feira
a todos os Estados membros da União Europeia que façam exames de DNA nos
produtos a base de carne de boi, como parte de um plano para responder ao
escândalo da carne de cavalo em refeições.
O plano recomendará que todos os países do
bloco realizem exames de DNA nos produtos apresentados como contendo carne de
boi, indicou o comissário encarregado da Saúde e dos Consumidores, Tonio Borg,
após uma reunião de ministros europeus em Bruxelas.
A proposta será submetida aos Estados membros
na sexta-feira.
Borg quer que uma primeira série de testes
seja realizada durante o mês de março, com os primeiros resultados divulgados
em meados de abril.
Ele também pediu que os Estados façam exames
para detectar a eventual presença de fenilbutazona.
O caso eclodiu após a descoberta, na semana
passada, de lasanhas da marca Findus vendidas no Reino Unido contendo carne de
cavalo em um produto que indicava carne bovina. O temor de que essa prática
seja comum se espalhou pela Europa.
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
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