quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Carne de cavalo contaminada pode ter ido do Reino Unido à França.


Três carcaças de cavalos que tiveram resultado positivo em teste para fenilbutazona, um anti-inflamatório para cavalos, que tornaria a carne imprópria para consumo, podem ter entrado em alimentos para humanos na França, segundo o governo britânico.

O ministro do Meio Ambiente, David Heath, disse à Câmara dos Comuns que oito cavalos de abatedouros britânicos testaram positivamente para a droga, e três podem ter entrado na cadeia alimentar francesa, mas já estão sendo tomadas medidas para retirar o alimento de circulação.

Heath disse que lasanhas congeladas da marca Findus tiveram resultado negativo para o medicamento. Em julho do ano passado, o Comitê de Resíduos Veterinários (VRC, na sigla em inglês), que assessora o governo, alertou repetidamente sobre a preocupação de que fenilbutazona poderia estar entrando na cadeia alimentar.

O comitê informou que a preocupação era por conta do potencial de efeitos seriamente adversos em consumidores.

Na França, a empresa Spanghero teria comprado 42 toneladas de carne de cavalo de um intermediário do Chipre, informou nesta quinta-feira o jornal "Le Parisien" ao enfatizar a aparição desse tipo de carne sem a etiqueta correspondente.

Guillaume Horcajuelo - 12.fev.2013/Efe 

Fachada da empresa Spanghero, que pode ter importado toneladas de carne de cavalo do Chipre
No entanto, os dados publicados pela imprensa parisiense foram negados pela empresa, que rejeita ter adquirido esse tipo de carne da cipriota Draap Trading, da qual o jornal chegou a publicar fotografias de suas faturas.

Segundo o "Le Parisien", a Spanghero adquiriu a carne, que era tida como bovina e usada em pratos preparados, como lasanhas, em forma de "mineral", uma qualificação que consiste em uma mistura de carne, gordura e colágeno em forma de carne moída.

De acordo com a investigação das autoridades francesas, cujos resultados preliminares foram adiantados na quarta-feira, a carne de cavalo importada pela Spanghero vinha de um matadouro da Romênia.

A carne chegou "com tarifas anormalmente baixas" que "deveriam ter sido alertados" a quem a comprava, explicou o ministro francês do Consumo, Benoît Hamon.

Nesta quinta-feira, as autoridades francesas devem revelar os resultados da investigação iniciada para apurar o que ocorreu, já que os produtos elaborados com carne de cavalo mencionavam que se tratava de pratos feitos com carne bovina.

Diante desse impasse, a França propôs a seus parceiros europeus que imponham informações sobre a procedência da carne nos rótulos dos pratos preparados, uma medida que evitaria escândalos como este.

Neste momento, as autoridades francesas tentam precisar se houve negligência ou fraude neste caso, sobretudo para descobrir em que momento a identificação da mercadoria foi alterada.

CONTROLE

A União Europeia anunciou na quarta-feira uma campanha de testes de DNA em todos os Estados membros e uma coordenação das investigações pela Europol, após uma reunião de crise em Bruxelas.

Autoridades alemãs condenaram a prática de introduzir clandestinamente carne de cavalo em produtos vendidos em supermercados alemães.

Seis empresas de alimentos congelados suspeitas de utilizar carne de cavalo entre novembro de 2012 e janeiro deste ano já são alvo de controle na Alemanha.

A Comissão Europeia pediu nesta quarta-feira a todos os Estados membros da União Europeia que façam exames de DNA nos produtos a base de carne de boi, como parte de um plano para responder ao escândalo da carne de cavalo em refeições.

O plano recomendará que todos os países do bloco realizem exames de DNA nos produtos apresentados como contendo carne de boi, indicou o comissário encarregado da Saúde e dos Consumidores, Tonio Borg, após uma reunião de ministros europeus em Bruxelas.

A proposta será submetida aos Estados membros na sexta-feira.

Borg quer que uma primeira série de testes seja realizada durante o mês de março, com os primeiros resultados divulgados em meados de abril.

Ele também pediu que os Estados façam exames para detectar a eventual presença de fenilbutazona.

O caso eclodiu após a descoberta, na semana passada, de lasanhas da marca Findus vendidas no Reino Unido contendo carne de cavalo em um produto que indicava carne bovina. O temor de que essa prática seja comum se espalhou pela Europa.


DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

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