quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Jornalista alemão, Peter Seewald afirma: Bento XVI leva a humildade e o amor como espada


Categoria: Brasil e o Mundo

O site ACIDIGITAL divulgou uma notícia (19 de fevereiro de 2013) informando que o jornalista alemão, Peter Seewald, declarou em um artigo publicado ao jornal italiano “Corriere della Sera”, que o Papa Bento XVI é um pensador e um fiel radical, cuja a humilde espada é a simplicidade do amor: “Um pensador radical, esta era minha impressão, e um crente radical que ainda na radicalidade de sua fé não toma a espada, mas outra arma muito mais potente: a força da humildade, da simplicidade e do amor”.

A respeito de Bento XVI, o jornalista também afirmou que: “Pensa muito bem, mas dispõe atenção aos detalhes. Encarna uma nova inteligência para reconhecer e revelar os mistérios da fé. É um teólogo, mas defende a fé do povo ante a religião dos acadêmicos… Um pensador que reza, e para quem, os mistérios de Cristo representam a realidade determinante da criação e da história do mundo”. Tanto que ninguém antes deste Papa deixou ao povo de Deus uma obra tão imponente sobre Jesus, como a trilogia Jesus de Nazaré. Até por isso, acrescenta: “É o maior teólogo alemão de todos os tempos”.

“Um amante do homem que, ante a pergunta de quantos caminhos levam a Deus, não duvida em responder: ‘Há tantos quanto os homens”.

Segundo Peter Seewald, em sua última entrevista com o Pontífice, há cerca de dez semanas no Palácio Apostólico, com o propósito de continuar a reconstrução de sua biografia, falaram, entre outras coisas, sobre a relação de Bento XVI com seus pais; de quando dissertou do exército hitleriano; e dos discos que escutava para aprender idiomas.

Durante o encontro, recorda que notou ao Santo Padre mais cansado do habitual, “a audição tinha diminuído, já não via do olho esquerdo, e o corpo se estava emagrecendo”, e “se tornou muito delicado, ainda mais amável e humilde, totalmente reservado. Não parecia doente, mas o cansaço que se apoderou de sua pessoa, corpo e alma, não podia ser ignorado por mais tempo”.

A notícia ainda informou que a primeira entrevista que uniu o então, Cardeal Ratzinger a Peter Seewald, foi em novembro de 1992, na sede da Congregação para a Doutrina da Fé.

Quatro anos depois, tiveram várias jornadas de trabalho para falar sobre o projeto de um livro dedicado à fé, à Igreja, ao celibato, entre outros temas; e explica que em sua atitude, sempre demonstrou um traço de humildade.

Seewald então revela: “Meu interlocutor não caminhava pela habitação dando voltas como costumam fazer os professores. Não havia nele o mais mínimo traço de vaidade, nem de presunção”. Além disso, o Papa “sempre levou a vida modesta de um monge, o luxo lhe era estranho e era completamente indiferente a um ambiente com um conforto superior ao estritamente necessário”.

“Impressionava-me sua superioridade, o pensamento que não ia de acordo ao passado do tempo e ao mesmo tempo, deixava-me surpreso de escutar as respostas pertinentes aos problemas de nossos tempos que aparentemente não tinham virtualmente solução, extraídos de grande tesouro de revelação, da inspiração dos Padres da Igreja e das reflexões desse guardião da fé que se sentava ante mim”, relata.

Para Peter Seewald os Vatileaks não foram motivo de renúncia para o Papa. Ele explicou que entrevistou o Papa em agosto do ano passado em Castel Gandolfo, onde falaram a respeito do caso dos Vatileaks. Quanto a isso o escritor afirma:

“Este evento não fez que o Papa perdesse a bússola, nem lhe fez sentir o cansaço do seu cargo, ‘porque isto sempre pode acontecer’. O importante para ele era que durante o caso no Vaticano, se garantisse a independência do poder judicial, e que o monarca não possa dizer: eu me encarrego disto!’”.

“Não me deixo levar por uma espécie de desespero ou de dor universal”, “simplesmente me parece incompreensível. Inclusive tendo em conta a pessoa –Paolo Gabriele, ex-mordomo de Papa–, não entendo o que esperava. Não consigo entender sua psicologia”, disse Bento XVI em referência a seu ex-mordomo processado, condenado e posteriormente perdoado pelo Papa pelo caso Vatileaks.

Ao ser questionado sobre o que se podia esperar de seu pontificado, o Papa respondeu: “De mim? Do meu (pontificado) não muito. Sou um homem ancião e as forças estão me abandonando. Acredito que basta o que tenho feito”, em referência a um hipotético retiro, acrescentou “depende do que me imponha minha energia física”.


Fonte: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=24892

Publicado em 20 de fevereiro de 2013

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