Belém 21 de Agosto de 2009 BUSCA:
PV recebe Marina como presidenciável
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Com os dois pés no Partido Verde (PV), a senadora Marina Silva foi recebida ontem em Belém pelos dirigentes locais do partido com coro de 'Marina presidente'. Ela não confirmou a data de filiação, mas diz que se sente honrada com o convite do PV, não apenas de integrar a legenda, mas de ser a candidata às eleições presidenciais de 2010.
Marina também não confirmou a candidatura, mas ofereceu a deixa: 'Se aqueles que são candidatos desde pequenininhos não dizem que são, por que eu, que estou chegando agora a esse novo cenário, devo falar?', diz ela. Com sua saída do PT oficializada depois de 30 anos de militância, Marina também não poupou críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a forma como o governo lida com a questão amazônica. 'A falta de políticas sérias em defesa da Amazônia é histórica, vem de vários governos, e o presidente Lula foi igual a todos os outros no trato com a Amazônia', disparou.
Outro nome que também mereceu críticas de Marina Silva foi o de Mangabeira Unger, o ex-ministro de assuntos estratégicos de Lula, que, na avaliação de Marina, 'desconstruiu a política implantada por ela a muito custo no governo para reduzir o desmatamento na Amazônia', disse ela, referindo-se aos sete passos do 'Programa Amazônia Sustentável' do ex-ministro que, entre outras medidas, propôs que propriedades de até 1.500 hectares sejam regularizadas sem licitação, o que Marina considera como mais uma porta para o desmatamento. 'Da forma como a medida foi sancionada, significa dar o direito sobre 67 milhões de hectares da Amazônia a muitas pessoas que não necessariamente à população local, mas àqueles que chegam para se aproveitar da exploração ilegal dos recursos da floresta. Vejo a medida como um grave prejuízo para o esforço de manter em pé a floresta amazônica', afirma a senadora.
CORAGEM
Ela repetiu o que já havia dito sobre a saída do PT, afirmando ter sido uma decisão que exigiu dela muita coragem. Sobre sua passagem pelo Ministério do Meio Ambiente, ela diz que sua política para reduzir o desmatamento alcançou índices de 57% de redução em seu período como ministra, mas as demais políticas de preservação ambiental e de melhoria das condições das populações locais não tiveram eco no governo, que priorizou os interesses do capital privado.
Embora tenha afirmado que a política ambiental não deve ser uma ação apenas de um partido, Marina declarou que o PV está mais preparado para lidar com a dura batalha que precisa ser travada em defesa da Amazônia. 'Nossa região é que mantém o equilíbrio do planeta e é a esperança para a questão da água, mas precisa ter preservadas suas florestas e seus 20 bilhões de toneladas de água. Nesse número estão incluídos os 26% de toda a água potável do planeta terra. Não são poucas as razões para defender a Amazônia', ressaltou a senadora, que foi a primeira ministra do Meio Ambiente do governo Lula, apontada pelo jornal britânico 'The Guardian' como uma das 50 pessoas capazes de salvar o planeta, mas ainda assim foi substituída ano passado por Carlos Minc.
Fonte: O Liberal
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