Sem-terra chegam para debater reforma
Dezenas de militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) marcharam ontem pela BR-316 e pela avenida Almirante Barroso, na entrada de Belém, em mais uma jornada de lutas pela reforma agrária no Estado. A marcha saiu do município de Irituia, a aproximadamente 200 quilômetros de Belém, e foi totalmente pacífica em seu percurso, nem chegou a atrapalhar substancialmente o trânsito, já que os marchantes se organizaram em menos de meia pista.
Já durante a noite, a passeata mudou de direção e saiu da Almirante Barroso para a sede belenense do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), localizado no início da Estrada da Ceasa, próximo à avenida João Paulo II. Lá, os militantes começaram a montar seu acampamento e devem permanecer no local até o próximo dia 15.
De acordo com Maria Raimunda, integrante da coordenação estadual do MST, o acampamento montado na sede do Incra não representa uma ocupação do prédio, mas foi decidido até mesmo por conta da estrutura do local para abrigar os militantes nesse período de acampamento. Maria Raimunda disse também que o Instituto foi avisado da chegada dos militantes.
As atividades realizadas nesse período, de 1º a 15 de agosto, pelo MST paraense, estão sincronizadas com ações do MST nacional em Brasília, que renovam uma série de reivindicações junto ao governo federal. Nessa pauta, está a reposição de verbas para a reforma agrária, que foram cortadas em 2009 na ordem de 48%, de acordo com o MST, por conta da crise econômica internacional.
“Nós não somos responsáveis pela crise e não podemos pagar por ela. Não podemos ficar sem escolas e postos de saúde no campo. Queremos recolocar a reforma agrária na pauta política do governo”, afirma Maria Raimunda.
Além disso, há também uma pauta de reivindicações junto ao governo do Estado, que pede principalmente a desapropriação de áreas griladas de responsabilidade do Instituto de Terras do Pará (Iterpa). Cerca de 1.900 famílias camponesas aguardam nos acampamentos do MST no Pará pela desapropriação de terras para reforma agrária.
Fonte: (Diário do Pará)
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