sábado, 15 de agosto de 2009

Data:15/8/2009 - Hora:03:06


Gesflora da Sema paraense ainda é fonte de problemas e desconfiança

Desde que estourou o escândalo de corrupção na Secretaria de Meio Ambiente do Estado (Sema), a Gerência de Sistemas de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Gesflora) ainda não conseguiu se livrar dos problemas. Além das negativas de funcionários que são escalados para comandar o sistema mas não querem a missão com receio, várias são as reclamações de inoperância do Gesflora, o que acaba impedindo a secretaria de liberar na velocidade necessária os planos de manejo florestais e destravar o licenciamento ambiental no Pará.
Quase dois meses após a substiuição do secretário Valmir Ortega, afastado por causa das denúncias de corrupção, o Gesflora ainda é um poço de problemas. Um deles é o bloqueio do cadastro de empresas sem qualquer notificação prévia. As empresas só recebem a notificação 15 ou 20 dias após o bloqueio, perdendo tempo para conseguirem sanar as pendências apontadas pela Sema. "Isso é um absurdo porque muitas vezes a empresa passa até 45 dias parada por causa de pendência simples que poderia ser facilmente sanada com a notificação antes do bloqueio", diz um empresário do Sul do Pará.
Outro problema é a demora na liberação da chave das empresas novas no Ceprof. O Gesflora demora até 90 dias para analisar a documentação entregue pelas empresas, para só depois liberar a chave, sem a qual não é possível desenvolver qualquer atividade florestal. "Muitas vezes ainda temos que recorrer à Procuradoria Jurídica da Sema para conseguir liberar a chave, mesmo não havendo pendências na documentação", diz outro empresário, reclamando da acumulação de poderes do procuradoria.
Além dos problemas, existe ainda o temor dos servidores do Gesflora quanto ao rumo das investigações feitas na Sema. Quando as denúncias de corrupção foram confirmadas pelas investigações da Polícia Federal, a secretaria destituiu do comando do Gesflora o servidor Marcelo Auzier, que comandou a iserção de créditos falsos de madeira em planos de manejo no Estado. Hoje Marcelo é encontrado pelos corredores da Sema sem muito o que fazer, mas os problemas no Gesflora estão longe da solução. Duas pessoas já passaram pelo sistema, mas sem resultados concretos.
O primeiro a assumir o Gesflora depois da queda de Valmir Ortega foi o servidor Jaime Estumano Cardoso, que pediu para não ser colocado no comando do sistema. Mas a Sema insistiu e mandou ele para uma espécie de treinamento forçado de 15 dias, no entanto, nos cerca de 30 dias que ele atuou quase nada avançou. O segundo servidor trabalhava no sistema de informática e também não queria o cargo, com medo das investigações da PF sobre o esquema que vigorou no Gesflora até bem pouco tempo.
Segundo servidores ouvidos pela reportagem, ninguém quer assumir o Gesflora com medo das investigações, já que até o momento ninguém foi preso ou indiciado no inquérito da PF. "O receio é de que o novo controlador do sistema tenha que apagar rastros de ilegalidade deixados por outras pessoas e acabe preso por uma coisa sobre a qual não tem responsabilidade", disse um servidor, que preferiu não se identificar. Segundo ele, tando a PF quando o Ministério Público Federal estão praticamente morando na Sema. "A bomba pode estourar nas mãos de quem assumir o Gesflora", diz o servidor.
Enquanto o problema não é resolvido, o setor florestal pode amargar mais demora na liberação dos planos de manejo. Apesar do novo secretário Aníbal Picanço ter liberado em 30 dias mais de 500 mil metros cúbicos de madeira, contra pouco mais de 100 mil liberados por Ortega em cinco meses, há a informação de que o ritmo das liberações pode diminuir. "Estas liberações são projetos prontos engavetados pelo Ortega, mas novas liberações dependem do bom funcionamento do Gesflora", revela um outro servidor do órgão.

Fonte:Redacão Ecoamazônia

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