quinta-feira, 18 de março de 2010

“Serra tem que ser anti-Dilma sem ser anti-Lula” diz especialista

Cientistas políticos dizem que há tendência de crescimento de Dilma Rousseff

Gabriel Mestieri, do R7.Texto: ..Ainda na frente, mas vendo a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, aproximar-se cada vez mais, o desafio do governador José Serra (PSDB) até a eleição de outubro é tentar ser anti-Dilma, mas não anti-Lula, diz o professor de Ciência Política da Ufscar (Universidade Federal de São Carlos) Marco Antônio Villa.


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..- O problema do Serra é que ele não pode ser anti-Lula. Ele tem que ser anti-Dilma, mas não anti-Lula. Esse é o grande desafio: se contrapor a Dilma e mostrar que é melhor que ela, mas sem dizer que o governo Lula é uma catástrofe.

Especialistas em política ouvidos pelo R7 afirmaram que o resultado da pesquisa CNI/Ibope confirma que há uma tendência de crescimento da ministra da Casa Civil nas intenções de voto. No levantamento, a ministra aparece com 30% das intenções de voto, a 5 pontos do governador de São Paulo, José Serra, que tem 35%. Em dezembro, essa diferença era de 21 pontos.

Para Villa, a alta popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o fato de não ter um cabo eleitoral forte colocaram o governador Serra numa “situação desconfortável” nos últimos meses. Ele considera que, devido à grande exposição de Dilma na mídia, o resultado de Serra ainda é bom.

Ele também considera que Dilma pode ter chegado ao seu patamar máximo de intenção de votos, enquanto Serra, com menos exposição, tem uma porcentagem fiel de 35% do eleitorado.

Para o cientista político e professor emérito da Unb (Universidade de Brasília) David Fleischer, a subida de Dilma é resultado da exposição de Dilma ao lado de Lula. Para ele, Lula cumpre uma “missão impossível”, e o resultado da ministra surpreende nas regiões e classes mais ricas da população.

- Lula está realmente conseguindo a missão impossível de arrancá-la [Dilma]. As pesquisas mostram claramente que Dilma subiu tanto no Sudeste e no Sul quanto no Nordeste. No Nordeste é compreensível, pois Serra nunca foi bem. Mas no Sudeste e no Sul Dilma assustou muito os tucanos.

Fleischer aponta ainda que Dilma pode crescer entre os eleitores que não sabem que ela é a candidata de Lula. Segundo Ibope, 53% dos eleitores dizem que votariam no candidato(a) de Lula, enquanto 42% afirmam não saber que o presidente apoia a ministra.

Para Villa, entretanto, esses dados precisam ser relativizados.

- Uma candidata que tem sempre alguém falando em nome dela não vai pegar. Não vai dar para ela fazer campanha caminhando com as pernas de Lula. O eleitorado consegue detectar isso. O problema é saber até onde o eleitorado apoia uma simples marionete. Há limite de cabo eleitoral e de transferência.

Fonte: r7.com.br

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